Assassinato do Prefeito em Santa Leopolddina (1938)
Causou revolta o bárbaro crime - o matador está foragido e impune.
Prefeito Djalma Coutinho, assassinado a tiros na noite de 15 de junho de 1938.
Santa Leopoldina (Espírito Santo) - Junho (Serviço especial de à noite)
Causou grande pesar e revolta o filme covarde assassino do senhor Djalma Coutinho, Prefeito desta cidade.
O criminoso é o indivíduo Gustavo Guedes, até agora capturado.
O crime ocorreu à noite, no momento em que o prefeito Djalma Coutinho se encontrava na "Farmácia Times", palestrando com alguns amigos.
Ao que se sabe, o móvel foi a presunção de ter sido o senhor Djalma o denunciante de um dos detentos o suspeita de comunismo, de nome Antenor Guedes, guarda livros, que residia em Santa Leopoldina.
Consta que o criminoso é um irmão de Guedes, que ainda se encontra no presídio de Goyamu.
A vítima era natural deste estado e exerceu durante muitos anos o cargo de tabelião naquela cidade, sendo eleito em 1936, como prefeito do município e reconduzido no posto com o advento da Constituição de Novembro.
Saiu ferido também o suplente de delegado e exercício, senhor Ascendino Nascimento, que está em tratamento na Santa Casa desta cidade.
O criminoso, que é coxo da perna esquerda, fugiu a cavalo, não tendo sido perseguido, conseguindo assim ficar até agora impune.
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Assassinado o prefeito de Santa Leopoldina, senhor Djalma Coutinho.
No momento de ser preso em flagrante, o criminoso ainda esfaqueou o delegado de polícia que o procurava de ter.
O corpo do Senhor Djalma Coutinho chegou hoje a essa capital, onde foi inumado.
A cidade de Santa Leopoldina foi abalada por um crime que causou grande sensação.
O prefeito de Djalma Coutinho foi ali assassinado. No momento em que efetuava a prisão do criminoso, a autoridade policial foi por este esfaqueada.
O corpo do prefeito Djalma Coutinho foi transportado para esta capital.
O enterro será realizado hoje.
Vila Velha - Administração Souza Lima - 1935)
VILLA VELHA, SE PASSADO HISTORICO E SEU PRESENTE DE MAGNIFICAS REALIZAÇÕES.
O QUE A "A NAÇÃO" DISSE O PREFEITO FRANCISCO ALMEIDA DE SOUZA LIMA, NUMA RAPIDA ENTREVISTA
A administração Punaro Bley — Um municipio sem dividas — Serviço de Hygiene e Saude — Da Instrucção Publica — Melhoramentos do periodo da annex ação — As possibilidades economicas do municipio — Estradas de rodagem — Alguns dados historicos.
Risonha e linda, Villa Vela vive a dois passos de Victoria.
Antigamente, era para ella que se voltavam todas as attenções... Villa Velha era a capital do Estado, e isso lhe bastava para que fosse tudo, conceito geral.
Decorreram os tempos, e Victoria, em virtude de varios factores, dentre os quaes vale a pena notar o respectivo porto abrigado que possue, levou o melhor, sobre Villa Velha.
Nem por isso, entretanto, esse poetico recanto deixou de ser a attracção maior, e mais bella, dos que desembarcam na capital espiritosantense.
Todos o indicam como o mais lindo. Seu panorama é, realmente maravilhoso, Villa Velha, com o seu casario branco, estende-se
por uma planicie admiravel. E, se não tivesse outros attrativos, bastaria ao turista que a visitasse, a belleza e o encanto do seu secular e originalissimo Convento da Penha, de onde se descortina, ao longe, emoldurada, a maravilhosa téla de Victoria.
A ADMINISTRAÇÃO PUNARO BLEY
Tendo visitado Villa Velha, a "A NAÇÃO", poude ouvir o prefeito sr. Francisco Almeida de Souza Lima, cavalheiro dos mais operosos e que, como administrador é, sem duvida, uma das capacidades mais surprehendentes do periodo de paz, de ordem e do trabalho que desde o advento da revolução, iniciou-se no Espirito Santo.
Preferindo, inicialmente, encarar a situação politica do Estado, o sr. Souza Lima assim falou:
A situação política do Estado é a melhor possivel dada actuação superior do respectivo Interventor Cap. Punaro Pley, que vem imprimindo aos negocios do Estado, a melhor orientação politico-social-economica, concertando as suas finanças, promovendo melhoramentos de vulto, ampliando e modernizando o ensino, intensificando construcções de estradas,
doptando a instrucção publica de melhoramentos como sejam os edificios em diversas cidades do Estado para Grupos Escolares, além de outros realizados no Estado, como o Hospital-Colonia de Itanhenga, etc.
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Estrada de Rodagem Heitor de Souza (1928)
Estrada de Rodagem Heitor de Souza ligando Vitória-Vila Velha (atual Rodovia Carlos Lindenberg) nos anos 1930.
A estrada Heitor de Souza entregue ao tráfego
Foi ontem oficialmente entregue ao tráfego a Estrada de Rodagem Heitor de Souza, que liga Vitória a cidade do Espírito Santo.
Essa Rodovia sofreu grandes Melhoramentos. É hoje uma estrada de 8 m de largura tendo sido cortadas várias curvas, encurtando grandemente a distância.
Podemos dizer que a estrada Heitor de Souza é hoje é a melhor Estrada de Rodagem que possui o Espírito Santo e uma das melhores do Brasil, tendo sido os seus trabalhos orientados superiormente pelo notável Engenheiro Patrício Senhor Doutor ormando Borges de Aguiar, ilustre titular da pasta da agricultura.
Compareceram ao ato o excelentíssimo senhor presidente do estado, que se fez a acompanhar de suas casas civil e militar, os presidentes do congresso e do tribunal, secretário do governo, o líder do congresso legislativo e deputados, o prefeito da capital, o procurador-geral do estado, o presidente da Câmara Municipal e outras autoridades.
A estrada Heitor de Souza será oficialmente entregue ao tráfego - a nova ponte da passagem será inaugurada provavelmente no dia 19
O atual governo tem procurado melhorar as condições técnicas das nossas rodovias, para dar maior eficiência a rede de Estradas de Rodagem no estado.
Sob a orientação superior do ilustre Engenheiro Doutor ormando Borges de Aguiar, tem sido realizado esses trabalhos, sendo justo destacar os grandes Melhoramentos introduzidos na estrada em Tordesilhas que é a que liga esta capital a vizinha cidade do Espírito Santo.
A rodovia Vitória Vila Velha será entregue hoje oficialmente ao tráfego, comparecendo a solenidade o excelentíssimo senhor presidente do estado, que será acompanhado pelos presidentes do congresso e do tribunal, pelo secretários de estado, procurador-geral e outras altas autoridades.
Os carros oficiais saíram da Esplanada de Palácio às 9 horas.
Ao contrário do que se propalava, provavelmente só há 19 do corrente será inaugurada a nova ponte da passagem que é um belo trabalho da engenharia brasileira.
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Assassinato em Araguaia (17/02/1932)
O Sr. Nestor de Souza, irmão do deputado falecido, Souza Filho, matou a tiros o Sr. José Franzen.
A tragédia de que foi teatro ante-ontem o pitoresco povoado de Araguaia, repercutiu rapidamente por todo o Estado, sendo bastante lamentada por figurarem nela como principais protagonistas um moço formado e inteligente, que tinha deante de si todas as possibilidades de um bom futuro, e um chefe de família, que deixa na orfandade cinco filhos.
O governo do Estado, logo teve conhecimento do fato determinou as imediatas providencias necessárias para garantia da ordem social, tendo para ali seguido o delegado dr. Zaluar Dias.
Esta autoridade regressou ontem. pois que lá encontrara todas as formalidades cumpridas, como auto de prisão em flagrante, auto de corpo de delito, apreensão de armas. etc., estando a localidade em paz.
O enterramento do juiz distrital Alfeu Frasson, efetuou-se ontem à tarde, com grande acompanhamento.
Frasson era um moço pobre e trabalhador, pertencente família Frasson, ha multo radicado no município de Alfredo Chaves.
por vários troncos.
Começava agora a melhora de vida, iniciando-se no comercio. Fica a sua família em extrema penúria. Ilustramos estas notas com as fotografias do cadáver, momentos antes do enterro, e da viuva com seus filinhos, que são cinco e não sete, como nos informaram no primeiro momento.
O mais velho tem 11 anos. estando a viúva nas proximidades de "delivrance".
Prossegue o inquérito, tendo sido arroladas muitas testemunhas que presenciaram o desenrolar dos acontecimentos.
Correu ontem, célere, pela cidade, a notícia de um assassinato em Araguaia.
Os vespertinos registraram-na sucintamente à última hora, por falta de informes.
Imediatamente nos puzemos em comunicação telefônica com aquela localidade, obtendo do encarregado do posto alguns pormenores sobre o lamentável fato.
Uma discussão no trem
Daqui seguiram pelo mixto de ontem, para aquela povoação, o dr. Nestor de Souza, advogado em Campinho de Santa Isabel, irmão do falecido deputado Souza Filho, e o sr. José Frasson, juiz distrital dali.
Não se sabe ainda qual o motivo que originou entre eles uma discussão, ã certa altura da viagem. Algumas pessoas alegam que entre ambos havia uma antiga rixa.
O crime
Chegado o trem a Araguaia, às 12 horas mais ou menos, saltaram todos os passageiros quando, ainda estando alguns na praça da estação, foram ouvidos seis tiros.
Era do dr. Nestor de Souza que, após nova e ligeira altercação com Frasson, lhe descarregara toda a munição do revolver.
Três projéteis alcançaram o alvo, sendo os ferimentos
de tal gravidade que a vítima teve poucos momentos de vida. O criminoso foi imediatamente preso em flagrante.
José Frasson deixa mulher e sete filhos menores.
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Rodovia do Sol (Cidade do Sol - 1968)
O projeto da Cidade do Sol e Rodovia do Sol em 1968.
1968 - Segundo informou o senhor José Carlos Cavalcanti, diretor financeiro da Emcatur, o Banco Mundial aprovou o projeto para o financiamento da Rodovia do Sol, que compreender a três etapas:
Ligação asfáltica Nova Almeida - Jacaraípe, Manguinhos - Carapebus, Vila Velha - Amarelos e Perocão - Setiba - Guarapari.
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Cidade do Sol.
A Empresa Capixaba de Turismo - Emcatur - está investindo cerca de Cr$ 500 mil cruzeiros na implantação da Cidade do Sol, e da Rodovia do Sol, com base no "Plano Diretor de Desenvolvimento Turístico da Faixa Radiativa do Espírito Santo".
O empreendimento abrir a cerca de 20 mil oportunidades de emprego dentro de uma faixa Litorânea de 150km, entre Aracruz e Marataízes, de modo a se constituir em uma das mais importantes zonas de desenvolvimento turístico da região centro-sul do país.
A abertura da Rodovia do Sol foi considerada obra prioritária pelo Governador Christiano Dias Lopes que ver na rodovia a base para o início da aplicação do plano turístico.
A conclusão das obras e do plano ficará a cargo do futuro governador do rstado senhor Artur Carlos Gerhardt Santos.
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Na entrevista que há pouco tempo o governador Artur Carlos Gerhardt Santos concedeu a imprensa, considerou a construção da Rodovia do Sol, com 148 km de extensão, como obra absolutamente prioritária de sua administração, dois, se constituir a, pode-se dizer, na espinha dorsal do desenvolvimento turístico do Espírito Santo.
Essa rodovia, dentro do plano elaborado, será inteiramente pavimentada, terá como principal objetivo a ligação da faixa litorânea do Estado entre os dois extremos Norte e Sul, servindo especialmente a projetada Cidade do Sol, no futuro um dos principais centros de atração turística no Espírito Santo.
Crime em Conceição da Barra (1952)
Vai ser feito o expurgo dos máus elementos ainda integrados na Polícia Militar — O "pedigree" dos criminosos - Difícil a captura
Cabo João das Mercês, assassino, ladrão e estuprador. Inimigo da sociedade. Está foragido.
E' elemento perigosíssimo. Anda fortemente armado.
Conforme amplamente noticiamos, fugiram espetacularmente do quartel da Policia Militar, no dia 13 do corrente, o cabo João das Mercês e o soldado Leodomiro Pedro de Almeida, culpados do bárbaro assassinato do jovem José Carlos Gazzineli de Castro Filho, da sociedade de Conceição da Barra.
O major Parente Frota, Chefe de Policia, mandou distribuir pelo interior do Estado e pelas delegacias de policia das cidades limítrofes de Minas Gerais, Bahia e Rio de Janeiro, o prontuário dos dois delinquentes, acompanhado das respectivas fotografias, alem de outras providencias originárias da Secretaria do Interior e do comando da Policia Militar, solicitando, nosso intermédio, a quem tiver conhecimento da presença dos dois facinorosos indivíduos, comunicarem- no a policia civil ou militar
O "pedigrée" dos bandidos é o seguinte:
'"Cabo da policia JOÃO DAS MERCÊS, filho de José Marques Torquato e de Ana Francisca de Jesus, natural de Minas Gerais, casado, nascido em 24 9-1916, de cor parda-escura, olhos cast. escuros, cabelos carapinhos, barba raspada, bigode feito, nariz grosso achatado, rosto oval, boca grande, com 1,69 de altura e o soldado LEODOMIRO PEDRO DE ALMEIDA, filho de Joaquim Pedro de Almeida e de Perciliana Maria de Jesus, natural de Afonso Claudio, neste Estado, nascido no dia 28-10-1927, solteiro, de cor mestiça clara, olhos castanhos escuros, cabelos castanhos escuros crespos, rosto oval, barba raspada, bigode curto, com 1,74 de altura, com cicatriz no dorso da mão direita e cicatriz na falangeta do dedo polegar da mão esquerda."
Como é público, o fato emocionou as pacatas populações Conceição da Barra e São Mateus onde a família do morto goza de grande prestigio.
Sua repercussão, no resto do Estado, foi grande, já agora acrescida com fuga inexplicável dos criminosos.
Podemos afirmar aos nossos leitores, que os propósitos do governo, em vista dessa ocorrência e de outras de que têm sido protagonistas elementos de péssimos antecedentes, cuja permanência na Policia Militar absolutamente nao se justifica, está providenciando um expurgo em regra, a fim de colocar briosa corporação centro das suas elevadas finalidades de mantenedora da segurança pública.
Na ultima reunião do secretariado, o tema foi objeto de longos e incisivos debates.
Acreditamos que as medidas drásticas que foram aventadas serão coroadas de exito mesmo porque á testa das policias civil e militar tem dois jovens oficiais do Exercito, cujos propósitos comungam cem por cento com pensamento do governo a respeito e com os anceios povo, até então inerme e entregue a sanha desses facínoras.
Soldado Leodomiro Pedro de Almeida. Assassino e cúmplice de João das Mercês. Outro inimigo do povo capixaba. Está disposto a tudo.
Apezar de todas as providencias, afigura-se-nos difícil a prisão dos dois delinquentes, pois conhecem os meandros do interior e possuem dinheiro.
A unica esperança que resta é o fato de estarem a estas horas homiziados sob a proteção de algum "coiteiro" e a policia acertar na pista.
Gente de tal especie não pode continuar impune.
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Condenados a 30 Anos de Reclusão Os Matadores de José Carlos Castro
Foi realizado na tarde de ontem, o julgamento dos assassinos do jovem José Carlos Gazzinelli de Castro Filho, o cabo Joio das Mercês e o soldado Leodomiro Pedro de Almeida, na cidade de Conceição da Barra.
O Juri teve inicio as 12 horas e terminou somente às 19,40 horas, tendo o salão ficado superlotado de pessoas que esperaram anciosamente o resultado do julgamento.
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Beldades Capixabas clicadas nos anos 1940 e 50
Em um passeio nostálgico pelos áureos anos 1940 e 50, encontramos registros fotográficos que capturam a beleza inigualável das mulheres capixabas em desfiles deslumbrantes. Essas imagens eternizam não apenas a moda da época, mas também revelam a exuberância das paisagens paradisíacas que compõem o cenário único do Espírito Santo.
As lentes da câmera, há décadas, focavam nas elegantes e encantadoras mulheres que participavam dos desfiles locais, destacando não apenas sua beleza exterior, mas também a força e autenticidade que permeavam suas personalidades. Cada foto conta uma história, uma narrativa visual que transcende o tempo e nos transporta para uma era de sofisticação e glamour.
Esses desfiles, realizados em cenários deslumbrantes do Espírito Santo, acrescentam um toque especial às memórias capturadas. Praias de areias douradas, coqueirais que dançavam ao sabor do vento e montanhas imponentes serviam como pano de fundo para a graça e charme das mulheres capixabas. A união entre a natureza exuberante e a elegância das participantes resultava em composições visuais que transcendiam a mera representação estética.
É fascinante observar como a moda da época se entrelaçava com a cultura local, dando origem a trajes que refletiam a identidade única das mulheres capixabas. Vestidos esvoaçantes, adornados com detalhes delicados, harmonizavam-se perfeitamente com a atmosfera serena e encantadora do estado. Cada clique fotográfico não apenas documentava a moda da época, mas também celebrava a diversidade de estilos que coexistiam harmoniosamente.
Essas imagens não são apenas testemunhas do passado, mas verdadeiras janelas para uma época em que a elegância e a simplicidade se fundiam de maneira cativante. Ao revisitar esses momentos, somos convidados a apreciar não apenas a estética atemporal das lindas mulheres capixabas, mas também a riqueza cultural e paisagística que moldaram esse período singular na história do Espírito Santo.
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Guarapari, uma cidade sobre as areias monazíticas (1979)
GUARAPARI, UMA CIDADE SOBRE AS AREIAS MONAZÍTICAS.
Texto de Tati Bueno para a Revista O Cruzeiro - 1979.
UM POUCO DE HISTÓRIA
Logo que foram descobertas as propriedades radioativas das areias de Guarapari, suas praias começaram a ser saqueadas. Um número incalculável de toneladas de areia preta começou a ser retirado ilegalmente, mesmo durante o dia, sem o menor disfarce. Alguns antigos moradores da cidade contam que era co-mum ver-se navios fundeados próximo ao litoral durante a noite, principalmente, e seus tripulantes desembarcarem utilizando-se de batelões que ao chegarem à praia eram carregados com aquela areia estranha-mente preta que existia em grande quantidade.
Esse saque era feito de forma tão sem cerimoniosa que, certa vez, diz um velho pescador, "uma porção de homens carregou tanta areia da praia de Meaípe, aquela que fica lá pro Sul da cidade, que a Prefeitura teve que despejar no buraco mais de 20 caminhões de areia para fechar".
Por muitos e muitos anos, ainda, essas areias continuaram sendo retiradas das praias de Guarapari sem que ninguém tomasse qualquer providência. A situação foi ficando de tal for-ma insustentável que, diante da grita popular e de alguns políticos isolados, as autoridades lo-cais decidiram exercer uma vigilância mais severa para preservar aquela riqueza que estava, apressadamente, sendo dilapidada.
AS PROPRIEDADES
O médico e escritor Antonio da Silva Melo, hoje nome de rua e de biblioteca pública na cidade, falou sobre as propriedades medicinais das areias pretas em seu livro Guarapari, Maravilha da Natureza, lançado em 1971, onde responde a car-tas de clientes, contando dos efeitos da radioatividade das praias da cidade sobre o organismo humano. Nesse livro ele cita, também, um grande número de 'casos de curas de pacientes que se submeteram a tratamento nas areias monazíticas.
Alguns médicos, que estudaram a fundo o assunto, afirmam que não é a areia preta — ilmenita — que tem propriedades radioativas.
Trindade, A Ilha da Aventura (Revista Manchete - 1969)
Nessas águas profundas do Atlântico. o caçador submarino deve estar sempre atento para as súbitas investidas dos tubarões.
Nas águas profundas da ilha de Trindade, em pleno Atlantico, o mergulhador corre o maior perigo quando retira de sua toca e reboca ate a lancha uni peixe arpoado. Essa operação faz com que a caça fique muito próxima do corpo do caçador: ao pretender furtar•lhe a garoupa, o badejo ou a barracuda, um súbito tubarão esfomeado tem força para partir ao meio o corpo do homem que segura o arpão. Grandes cações atacaram por duas vêzes, com extrema voracidade, o grupo de submarinistas que visitou a ilha, na mais recente das viagens periódicas do navio-hidrográfico Sirius, da Marinha de Guerra. Em ambos os casos, o ataque ocorreu no momento mais difícil e crítico da pesca.
Reportagem de HILSON CARVALHO WAEHNELDT;
Fotos de ALBERTO CASAES e MAURO ESTEVES.
Nos primeiros tempos, era uma temeridade desembarcar nas praias e bancos de coral que cercam a ilha de Trindade.
Usavam-se para isso barcos a remo ou jangadas improvisadas. Os primitivos navegadores portuguêses e espanhóis, seus sucessores da Inglaterra e da França e os piratas do Caribe repetiram muitas vezes êsse feito.
A história menciona, no entanto, muitos incidentes. O último dêles ocorreu há dois anos, quando o destróier Beberibe encalhou num banco de coral. Ali permanece até hoje: não há mais esperança de resgatá-lo. O desembarque da carga, através da cabrita, realiza-se na enseada dos Portuguêses, próxima da baixada onde ficam os prédios do Pôsto Oceanográfico Ilha de Trindade e onde se pretende abrir um campo de pouso para aviões.
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Túmulo de Oscarina Guimarães e seu Cãozinho (1915)
A saúde frágil da senhorita Oscarina Guimarães, filha do Sr. Antenor Guimarães, capitalista capixaba.
Artigos sobre sua saúde, tratamentos e falecimento.
Voluntária cuida de jazigo que está esquecido há cem anos.
Além das lendas, os cemitérios também podem ser fontes de pesquisas e contam um pouco de nossa história. No Cemitério Padre Rodolfo Komorek (centro) existe um jazigo que intriga os funcionários e também os visitantes. No local, foi feito um único sepultamento ocorrido há cem anos (em 1915). Trata-se de um belo jazigo, com a estátua de um cachorro, onde se encontra sepultada Oscarina Cruz Guimarães, nascida em 16/08/1893 e falecida em 13/08/1915, com 21 anos.
Nenhum parente visita o túmulo, que foi “adotado” por Dulce Carmem da Silva, moradora do bairro Santana. Ela sente orgulho em fazer a limpeza e cuidar do local. A família seria de Vitória (ES), mas não há indicação de familiar ou pessoa responsável pelo jazigo. Dona Dulce cuida do jazigo desde a década de 80 e conta que ficou sabendo da história da moça por meio de famílias tradicionais da cidade.
“Essa moça teria se tratado na cidade na época sanatorial e tinha um cachorro que sempre a acompanhava. Quando ela faleceu, o cachorro não quis sair de seu túmulo, onde também veio a falecer. A mãe dela teria, então, feito a estátua do cachorro em cima do jazigo.” Ela conta que nunca viu um familiar visitando o jazigo da jovem.
Dulce disse que começou a cuidar do túmulo por causa de uma história pessoal. “Meu cachorro tinha sido envenenado e eu fiquei chateada e entrei no cemitério. Quando vi o túmulo com a estátua do cachorro, que estava feio e sujo, resolvi cuidar do local. Isso foi na década de 80 e continuo até hoje. Com o tempo, comecei a cuidar de outros, como o do Euclides Miragaia (morto na Revolução de 1932). Faço a limpeza a cada 15 dias de uns 70 a 80 jazigos. Me sinto bem. É gratificante, principalmente nesta época em que o cemitério fica muito bonito.”
A Urbam, que administra quatro cemitérios de São José dos Campos, que possuem 17.439 jazigos, apoia e estimula o trabalho dos voluntários que auxiliam na manutenção das unidades.
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Jogo ilegal no Espírito Santo (1956)
O jôgo impera no Espirito Santo - 1956.
Chiquinho Aguiar, a governador udenista, fecha os olhos aos cassinos de Guarapari.
O Jogo é matéria proibida em todo o território nacional. Ao que sabemos, sabem pelo menos quantos acompanham de perto a legislação vigente, nao existe ainda nenhum ato offcial revogando o decreto que manda para cadeia quantos façam roleta um meio de vida.
Assim tem sido, aqui no Rio, onde os autoridades policiais não dão tregua nem mesmo ao tradicional "jogo do bicho", perseguindo os contraventores, surpreendendo ântros clandestinos, prendendo os que desrespeitam e, ordem e a lei.
Em Minas Gerais e em São Paulo, o mesmo se está verificando, tanto assim que telegramas procedentes daqueles Estados dão-nos noticia de que até mesmo nas estancias balneárias o jogo é matéria proibida.
Entretanto, há uma parcela, um trecho do territorio brasileito que se constituiu em exeção, protagonizando aos jogadores um clima de proteção e bênevolência, favorecendo mesmo aos que gostam de fazer sua "fezinha" na voragem do pano verde. E' o Estado do Espirito Santo.
O Governador udenista Francisco Lacerda de Aguiar, desde que assumiu o governo capixaba não faz outra coisa senão prestigiar os banqueiros, incentivar a batota, acobertar os apostadores de todos os jogos de azar.
GUARAPARI, PARAISO DO JOGO
Em Vitória, joga-se em toda parte. Nos cassinos da Praia do Canto, Praia Comprida e Praia da Costa, na buate "Vagalume", em varios outros locais de "diversão".
Entretanto, o local onde o jogo constitui o ponto alto da economia do proprio municipio é Guarapari, a famosa estancia balneária das areias pretas.
No Radium Hotel, joga-se desbragadamente. Em todos os hoteis de Guarapari, vêem-se pessoas viciadas advindos dos mais longinquos Estados do Brasil, e até mesmo pessoas que costumavam dirigir-se a Riviera, no Uruguai, para jogar, preferem os aviões que demandam à capital capixaba e uma hora depois um ônibus luxuoso as deixa na terra guarapariense.
Chiquinho Aguiar sabe de tudo. Sabe e fecha os olhos. O que há, de inexplicável nisso tudo, é que se precisa elucidar. Ou o governador udenista pretende contrapor-se à autoridade federal, eleito que foi por uma corrente de oposição, ou existe uma legislação especial que, lhe permite o império da jogatina.
Mas, claro, mesmo, não existe nada.
Muito antes, pelo contrário.
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Caxias Esporte Clube (06/11/1940)
O Caxias Esporte Clube é um clube de futebol da cidade de Vitória, no estado do Espírito Santo.
História
Fundado em 6 de setembro de 1940 por integrantes da Polícia Militar do Estado do Espírito Santo, com apenas quatro anos de existência alcançou sua maior glória, com o título de campeão capixaba de 1944. Antes, já havia chegado ao terceiro lugar em 1943. Outro título importante foi a Taça Cidade de Vitória de 1970.
Em 1971, o clube licenciou-se das competições oficiais e voltou a disputa da Segunda Divisão Capixaba em 2009.
Ladeira & Viaducto São Francisco (Ladeira do Fogo ou Caramuru)
A antiga Ladeira do Fogo, Rua Caramuru.
O Viaduto Caramuru foi construído em 1925 com o objetivo de ligar as ruas Dom Fernando e Francisco Araújo e servir de passagem para o bonde, que então circulava pela Cidade Alta. O bonde, entretanto, nunca chegou a atravessar o viaduto, ou porque temiam que ele não aguentasse o peso ou porque o bonde não era capaz de fazer a curva que ligava as ruas ao viaduto.
Logo abaixo se encontra a rua Caramuru, local histórico onde teria ocorrido uma batalha contra holandeses que tentaram invadir a ilha em 1640. Naquela época, a ladeira levava ao Cais São Francisco, utilizado pelos freis do Convento São Francisco.
O nome do viaduto, e da rua sob ele, foi dado em homenagem aos Caramurus, membros da Irmandade de São Benedito do Convento São Francisco, que foi extinta no início do século XX. O nome surgiu a partir de conflitos com os irmãos de outra irmandade do mesmo santo, situada na Igreja do Rosário, que receberam o nome de Peroás.
Durante a década de 1930, algumas casas que ficavam próximas ao viaduto foram derrubadas para o alargamento da rua Caramuru e do viaduto, situado próximo também da Igreja de São Gonçalo. O viaduto foi reformado durante as décadas seguintes.
O assassinato do pistoleiro José Scardua (Vila Rubim - 1973)
1973 - Assassinato na Vila Rubim.
Diario da Noite : Edição Matutina (SP) - 1970 a 1973.
Assassinos do tenente não foram achados.
Notícias aqui chegadas adiantam que os dois pistoleiros que mataram o antigo tenente da PM, José Scardua, numa barbearia em Vila Rubim, foram vistos no município de Aracruz, a cerca de setenta quilômetros desta capital.
Santos Laudelino Souza (foto), mais conhecido por Rubens, e e Baldo Barbosa, vulgo Barba Roxa, continuam foragidos e uma caravana policial, sob o comando do coronel Décio Nascimento continua no encalço de ambos, esperando prendê-los a qualquer momento.
A senhora Berenice Vicentini Assis, apontada por um dos implicados como mandante do assassínio do velho militar, continua incomunicável na Superintendência da Polícia Civil, devendo ser interrogada após a prisão dos dois marginais que estão fugindo ao cerco da Polícia.
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Marginais, os assassinos do ex-pistoleiro
Os marginais Santos Laureano de Souza que residiu por algum tempo em Cariacica, onde era conhecido por Rubens e Baldo Barbosa, vulgo Baroa Roxa, foram os matadores do ex-tenente e pistoleiro José Scardua.
O antigo militar foi abatido com quatro tiros na barbearia que frequentava habitualmente em Vila Rubim, e um habitualmente em Vila Rubim, e um dos implicados no crime, José Pinto da Rosa, horas depois quando procurava fugir, aponta como mandante a sra. Berenice Vicentina de Assis, que viveu muitos anos com outro pistoleiro, Antonio Pinto, cujo assassínio era atribuído a José Scardua.
Uma caravana policial, sob o comando do coronel Décio Nascimento, está no encalco dos dois pistoleiros, esperando prende-los dentro de poucas horas.
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Mulher no assassínio de um ex-pistoleiro
— Nas declarações que prestou à Policia, o indivíduo José Pinto da Rosa, um dos implicados no assassinato do ex.pistoleiro José Scardua, revelou que a mandante do crime foi Berenice Vicentini de Assis, que viveu com um ex-pistoleiro também assassinado e cuja morte era atribuída a Scardua.
As autoridades policiais continuem no encalco dos outros dois implicados no crime, que se encontram homiziados nas matas de Linhares.
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O ex-tenente da PM, José Scardua foi morto com 4 tiros em urna barbearia da Vila Rubim, por pistoleiros que fugiram num fuscão vermelho em direção a Linhares.
Duas horas depois, a Polícia daquele Município, chefiada pelo major Altivo Correia, prendia um dos implicados, José Pinto da Rosa, que acusou como mandante do crime a sra. Berenice Vicentini de Assis, companheira por muitos anos do ex-pistoleiro António Pinto, assassinado.
Também, em Baixo Guandu. Faltam ser presos dois dos pistoleiros participantes da empreitada, encontrando-se no encalço de ambos cerca de 30 policiais, armados e auxiliados cães, no momento agindo a 6 quilômetros da cidade de Linhares.
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Viúva de Scárdua tem novo advogado
Inconformada com a não elucidação do crime que culminou com a morte de seu marido, ex-tenente José Scárdua, a Sra. Edith Clarinda da Silva Scárdua, ingressou com uma petição em Juízo, apresentando o advogado Aristides Pereia Martins, para funcionar como auxiliar de acusação no processo que, sobre o episódio, tramita na Segunda Vara Criminal e que visa, precisamente, a punição dos criminosos.
Não obstante já se achar na fase do sumário de defesa, dos três assassinos do velho policial só está preso um deles, José Pinto Rosa. Os demais, Santos Lauriano de Souza e José de Tal, vulgo, José Barba Roxa, encontram-se foragidos, em lugar advogado
ignorado, desde que, num golpe de audácia, furaram o cerco policial na localidade de Bebedouro, no Norte do Estado.
José Pinto Rosa, no dia do crime, dirigia o carro que transportava os autores da empreitada sinistra na manhã de 9 de fevereiro. Preso, confessou ter participado do plano para liquidar o ex-militar porque estava sendo por ele perseguido e ameaçado de morte.
Quanto aos seus dois outros companheiros, correm rumores que eles se acham homiziados numa fazenda no Sul da Bahia, sendo que a imprensa de Vitória clama periodicamente pela prisão de ambos.
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Jardim Municipal de Vitória (02/02/1882)
O famoso Jardim Municipal de Vitória, fundado em 1882.
Possúe a Capital um modesto jardim municipal, construido e inaugurado quando presidente da Camara Municipal, o Tenente-Coronel Joaquim Corrêa de Lyrio, no tempo do governo monarchico.
Assalto ao Banco Hipotecário e Agrícola de Minas Gerais (1931)
Assalto ao Banco Hipotecário e Agrícola do Estado de Minas Gerais - 23/11/1931.
Roubo de 350 contos de réis.
Ao alto: Oliveiro José Vieira, o "Bagunça" e Ricardo Simões, occasião em que estavam sendo acareados pelas nossas auctoridades policiaes:
— A' esquerda: o predio do Banco Hypothecario e Agricola do Estado de Minas Geraes, onde se verificou o audacioso roubo.
A' direita: uma parte do Banco Hypothecario, vendo-se assignalado com um (x) a porta por onde entraram os membros da terrivel quadrilha, utilizando-se da chave fabricada por Ricardo Simões.
Desapareceu todo o dinheiro no total de 350 contos de réis
Como assim formados, ontem, de que os ladrões haviam assaltado o banco hipotecário e agrícola do Estado de Minas Gerais.
Para lá nos dirigimos sem perda de tempo, a fim de apurar o que de fato havia.
E todas as declarações foram facilitadas a nossa reportagem.
Destarte podemos adiantar e os amigos do alheio conseguiram roubar, primeiramente, as chaves do cofre e se achavam em poder do Senhor Vadir Nagem, funcionário do referido estabelecimento bancário, com o auxílio das quais puderam abri-lo sem ser de sentidos, levando todo o dinheiro aí existentes, no total de 350 contos.
O cofre que se achava fechado, foi arrombado pelas autoridades, com a devida permissão do gerente.
A hora em que lá estivemos o doutor Kosciusko Leão, com auxílio de comissários e investigadores, tomava todas as providências necessárias para elucidar o caso.
Por enquanto é o que podemos adiantar, dado o véu de mistério que eu encobre.
Prosseguem as diligências.
Planta Geral da Cidade de Vitória (André Carloni -1895)
Mapa de Vitória em 1895 desenhado por André Carloni em 1967.
Em destaque, é possível localizar algumas áreas mencionadas nas fontes primárias deste artigo.
01 Reservatorio de agua em construcao
02 Santa Casa de Misericordla
03 Lazareto
04 Quartel da Policia em construcao
05 Convento de Sao Francisco
06 Porto dos Padres
07 Igreja de Sao Goncaalo
08 Igeja de Sao Tiago
09 Palacio do Governo
10 Cais do Imperador
11 Igreja da Misericordia
12 Igreja de Santa Luzia
13 Convento do Carmo
14 Fonte Grande
15 Edem Parque
16 Igreja Matriz
17 Cais da Alfandega
18 Mercado Municipal
19 Igraja de N.S. da Conceicao
20 Jardim Municipal
21 Igreja do Rosario
22 Fonte da Capichaba
Fonte: Instituto
do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional.
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Tentou matar o amigo (1954)
Crime de Morte (1954)
1954 - Veio ao Espirito Santo para matar o homem que lhe ultrajou o lar.
Severino Maria da Silva e Silvio Pinheiro da Silva eram velhos amigos, desde o Espirito Santo.
Um, funcionario do Ministério da Marinha e outro licenciado do Arsenal de Marinha.
Este, Silvio Pinheiro, encontrava-se ultimamente num sitio de sua propriedade, em Conceicao da Barra, no Estado capixaba. Dedicava-se a trabalhos agricolas. Em fevereiro ultimo, o outro, Severino Silva, foi ao Espirito Santo, matar saudades.
E lá hospedou-se em casa de uma irma do seu amigo. Ninguem sabe o que verdadeiramente houve. Dizem uns que Severino difamara a mãe de Silvio. Outros acreditam que aquele tenha ultrajado o lar de sua hospedeira.
VIAGEM SINISTRA
O fato é que Silvio Pinheiro, resolveu inesperadamente uma viagem ontem, para esta capital.
E apanhou um aviao da Aerovias as 6 manha, em Vitoria, aqui desembarcando as 7.
Imediatamente telefonou para o seu antigo amigo, marcando um encontro.
Severino ficou a sua as espera 13 horas. em sua redidencia a rua do Lavradio, 133, quarto n. 17.
As 13,25, depois de passear pela cidade, apareceu Silvio, encontrando o amigo no bairro.
Esperou que o outro acabasse. E quando se defrontaram, os vizinhos ouviram um desesperado griito de socorro. O guarda-civil Marcial Pereira Pinto e o Sr. Jaime Alves Moura, também na mesma casa, correram e encontraram Severino ao chao, banhado em sangue, com uma profunda facada no hemitorax esquerdo.
Silvio Plnheiro foi preso em flagrante. No 6o.
Distrito, contou ao comissario Palhares uma historia esquisita, dizendo que se encontrava curvado, amarrando o cordao do sapato, quando Severino veio por tras e o segurou, apertando-o.
Nao gostou da brincadeira e passou-he a faca. E gritava, visivelmente nervoso:
— Nao estou arrependido. Um canalha como este eu mataria duas vezes!
A vitima é solteiro, tem 20 anos de idade e o seu estado é muito grave.
O criminoso tem 37 anos.
Crime bárbaro em São José do Calçado (1918)
Realisa-se a 27 de Junho proximo, no Jury da cidade de S. José do Calçado, no Estado do Espirito Santo, sob a presidencia do integro juiz Snr. Dr. Cassiano Castello, o julgamento de Carlos Menditti, auctor do barbaro assassinato de seu patrão Francisco Ouriques Machado, importante fazendeiro no mumcipio daquella cidade.
O crime de Carlos Menditti causou profunda indignação em toda a cidade, não só pela crueldade com que o praticou, como tambem por ser a victima pessoa muito estimada e de real merecimento.
Passou-se o barbaro assassinato na tarde de 20 de Janeiro ultimo, na fazenda do Castello, municipio de S. José do Calçado. Menditti, que conta apenas 21 annos e é de nacionalidade italiana, foi creado pela familia de sua victima, de quem sempre gozou a estima e se fizera empregado.
Naquella tarde de 2 de Janeiro, ora o criminoso procurar Francisco Machado, afim de lhe propôr
a venda de uma partida de café, e propriedade de seu pae.
Menditti, individuo de maos instinctos, dissera a seus amigos, antes de sahir á procura de sua
victima que, embora tragicamente, daria fim á sua transacção.
E assim foi. O barbaro matador, á vista da recusa formal de Francisco Machado em acceitar a compra do café pelo preço que se lhe offerecia, resolveu traiçoeiramente prostral-o morto com um tiro certeiro.
Francisco Ouriques Machado, a victima, contava 24 annos, era casado ha um anno com uma senhora de illustre familia de Minas.
Moço trabalhador, viajado e possuidor de magnifica cultura, descendia da familia Machado, cujo
chefe foi o commendador José de Aguiar Valim, politico de grande influencia. São seus Irmãos o Sr.
João Americo Machado; capitalista muito conhecido nesta cidade e no Espirito Santo, e o Sr. Urcecino Ouriques de Aguiar, capitalista tambem muito conhecido e estimado naquella cidade e que vem acompanhando o processo criminal movido contra o assassino.
A familia contractou tres advogados para auxiliares de accusação. São os Srs. Astolpho Lobo, do fôro de S. José do Calçado, conhecido jurista : Thiers Cardoso, do fôro de Campos e reputado jornalista e Onayr Lacerda Penhafort, recentemente formado e um dos ornamentos da sua turma.
O Snr. Lacerda Penhafort, que tem exercido a sua profissão nos auditorios desta capital, vae fazer
a sua estréa no tribunal do Jury.
A defeza do criminoso foi confiada ao Sr. Dr. Danton Bastos.
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19 facadas na Praia da Costa (02/04/1977)
Crime terrível na Praia da Costa.
MUITO sorridente e com ótimo estado de espírito, a estudante Miriam Ribeiro Fernandes, 20 anos, reconstituiu para a reportagem de MANCHETE, na Praia da Costa, município de Vila Velha, ES, um crime que vários advogados e policiais garantem ser inédito na história criminal do país: o assassinato, no dia 2 de abril, da lésbica Maria Celeste Flores, 27 anos, que a perseguia há vários anos com propostas amorosas.
Maria Celeste, professora de Educação Física, morreu com dezenove facadas no peito numa noite de chuva e seu cadáver foi encontrado, momentos depois, por uma mulher que ouvira, do interior de sua casa, ruídos de uma luta corporal.
Quinze dias após, na Delegacia da Praia do Canto, Miriam Fernandes, com um vestido decotado verde-musgo, com aberturas laterais, fala, ainda alegre, dos acontecimentos que a envolveram: "Conheci Maria Celeste há uns quatro anos e desde então não tive mais tranqüilidade. Ela me perseguia em todos os lugares. em casa, no colégio e na rua, jurando-me e cobrando-me amor. A princípio, não entendi nada. A rigor, nem sabia o que significava a palavra lésbica." Miriam Fernandes diz que o desfecho natural da perseguição acabou sendo o crime: na noite de 2 de abril.
Maria Celeste se mostrou mais agressiva, tentando submetê-la a seus desejos.
Em desespero, tirou uma faca da bolsa e começou a esfaqueá-la. "Ela não dizia nada: apenas me olhava e tentava segurar meu braço esquerdo.
Até que morreu.
Sono tranqüilo.
A escuridão da noite e a chuva favoreceram a fuga de Miriam Fernandes, que pôde chegar a sua casa sem qualquer problema.
"Foi uma noite como outra qualquer. Dormi tranqüila, diz ela.
Enquanto Miriam Fernandes dormia normalmente, o cadáver de Maria Celeste era transportado para o necrotério do Instituto Médico Legal, onde se constatava, entre outras coisas, seu hermafroditismo.
No dia seguinte, a assassina se apresentou à polícia. "Fui submetida a vários exames e eles verificaram que eu era virgem,diz Miriam Fernandes, mostrando o escudo do Fluminense que traz na pulseira.
E no momento, enquanto aguarda a nova fase do processo criminal, a jovem estudante parece só ter uma preocupação: a campanha do Fluminense no campeonato carioca de futebol.
Depois de um mau começo, o time tricolor melhorou um pouco, o que parece confortar Miriam na solidão do seu xadrez.
(Maria do Carmo Calmon).
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O Assassinato de Antonio Vivacqua (29/08/1932)
Antônio Vivacqua, pai de Dora, é assassinado em Cachoeiro do Itapemirim por pessoas que, dias antes, ele havia despejado de um dos seus inúmeros terrenos. Rubem Braga e seu irmão, Newton Braga, foram os primeiros a chegar ao local do crime.
O atentado contra o Senhor Antônio Vivacqua causou grande impressão nesta capital o atentado de que foram vítima, em Cachoeiro do Itapemirim.
O Senhor Antônio Vivacqua, pai do Dr. Atílio Vivacqua, que foi secretário da instrução do governo Aristeu Aguiar.
O industrial Vivacqua achava-se no jardim de sua residência quando foi atacado a tiros, vindo a falecer em consequência dos ferimentos recebidos, sem que, até agora, apesar dos esforços das autoridades policiais.
Ainda o assassinio do Sr. Antonio Vivaqua
Continua a preoccupar o espirito publico o recente assassinato, em Cachoeiro do Itapemirim, no interior do Estado, da Sr. Antonio Vivacqua, desconhecendo-se, ainda, os detalhes da lamentavel occorrencia.
As autoridades interessadas em esclarecer devidamente o facto tem tomado todas as providencias necessarias, inclusive a abertura de um rigoroso inquerito para apurar a quem cabem as responsabilidades no dellicto.
Afim de presidir ao inquerito mandado instaurar sobre o assassinato recentemente praticado em Cachoeiro do Itapemirim e de que foi victima o Sr. Antonio Vivacqua, seguiu para aquella cidade o chefe de Policia do Estado.
S. S. dirigirá pessoalmente todos os trabalhos a serem executados pela commissão encarregada de proceder ao referido inquerito.
Depois de pacientes e demoradas pesquisas, que foram, em parte, dirigidas pessoalmente pelo Secretário de Segurança Pública do estado, conseguiu a polícia apurar a identidade dos assassinos do capitalista Antônio Vivacqua morto, em dias do mês passado no interior do Estado.
A comissão de inquérito apurou estar em implicados no crime, como autores, os irmãos Francisco, Idílio e Lídia Caixeiro.
Está sendo acusado de cumplicidade também o advogado Américo São Paulo Torres.
Em vista dessas conclusões, foi decretada a prisão preventiva de todos os criminosos contra os quais vai ser instaurado o competente processo.
O instinto era irmão do Senhor Pedro Vivácqua, diretor secretário da associação comercial dos Senhores Brás, Emídio, domingos e Manoel Vivacqua, da firma Vivacqua & Irmãos S/A e dos Senhores Pietrangelo de Biasi, Euclides Forjas e viúva Manoel Vieira.
Deixa viúva Dona Etelvina Monteiro Vivacqua e o seguintes filhos: Dr Atílio Vivácqua, Aquileu Vivacqua, o poeta aqueles Vivacqua e os estudantes Arquimedes a senhoritas Eunice, Dora e Cleia.
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Morte no Café Avenida (18/09/1931)
Assassinato do baiano Arthur Falcão no Café Avenida em 1931.
Crime perpetrado pelo capixaba de Calçado Emygio Sarandy.
Manhã de sangue
25 de Setembro de 1931 no jornal Diário da Manhã
Estúpido assassinato a porta do Café Avenida
Vitória é uma cidade cuja índole da população é pacífica. Raramente uma cena de sangue vem incomodar a sua polícia e abalar os nervos da sua gente. Um assassinato, pois, é motivo de grande alarde. Toda a capital estremece de horror.
A prova do que afirmamos, da pacatez nosso povo, está no noticiário dos jornais. A não ser em pequenos Furtos, alguns pescoções, algumas bengaladas, vez em quando, isso mesmo pela zona de "bas fond" Quase que o registro policial passa em Branca nuvem.
O fato de ontem foi um desses grandes acontecimentos. Um homem Matara o outro, inopinadamente, bárbaramente, a porta do Café Avenida, desfechando-lhe seis tiros de revólver a queimar roupa. Era a notícia que, logo após às 10 horas circulava por toda cidade, provocando a curiosidade do Povo, que, em multidão, corria para o local do crime.
Antecedentes
José Sabino Monteiro, Emilio Oliveira Sarandy e Arthur Falcão constituíram, há tempo, uma sociedade para a exploração de uma banca de jogo. Os negócios iam correndo normalmente, estando os três satisfeitos. E daquela convivência no negócio parecia que os laços da amizade mais se haviam estreitado... Mas, como lá diz brocardo Popular, não há bem que sempre dure...
Uma mulher faz estremecer a união de amigos
De algum tempo a esta parte, as relações entre Arthur Falcão e Emílio Oliveira Sarandi ficaram estremecidas devido ao fato de haver a amante do primeiro de nome Idalina Godim, aceitado a corte do segundo, chegando ao ponto de abandonar Falcão. Este parecia resignado com a sua sorte de desespero, foi deixava tudo correr como se nada houvera.
A primeira versão que correu foi, pois, de que o crime se der em razão desse caso de amores. Todos os conhecidos dos protagonistas, que conheciam o fato, assim afirmavam. Entretanto, não foi esse, conforme está apurado, o principal móvel do crime.
A causa foi o desaparecimento de uma quantia que pertencia a José Sabino Monteiro. Desde que ficou sem o seu dinheiro, cerca de r$ 300 mil réis, que Sabino começou a desconfiar dos seus companheiros de sociedade, tendo ultimamente firmado a convicção de que o autor do furto fora Emílio Sarandi, tanto que levou a queixa a polícia.
Encontraram-se, hoje, Arthur Falcão e Sarandi em frente à Papelaria Samorini e dirigiram-se pela rua pela Rua Jerônimo Monteiro até o Café Avenida, conversando naturalmente, pois Sarandi convidar Arthur para tomar um café.
Diversas pessoas os encontraram, não notando na conversa a qualquer palavra mais áspera essa conversa ver sou principalmente sobre o caso do desaparecimento da quantia.
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7236 álbuns com pesquisas (09/11/2023)
O Memória Capixaba organiza suas pesquisas com álbuns.
Hoje contamos 7236 álbuns de fotos, filmes e documentos com pesquisas separadas por assuntos.
Faça sua busca na LUPA do Facebook e encontra o que busca.
Obrigado.
Embaixador Americano Cabot em Vitória (1960)
Chegará a Vitória no próximo dia 16 o embaixador norte-americano Morrs Cabt, estando seu desembarque no aeroporto das Goiabeiras previsto para as 14:40 horas.
No mesmo dia visitará o Palácio Anchieta, a Assembleia Legislativa, o Tribunal de Justiça, o Instituto Brasil Estados Unidos.
Pronunciará uma conferência no Centro do Comércio do Café e participará de um jantar íntimo no Palácio do Governo.
No dia seguinte visitará o convento da Penha e o cais dos Minérios.
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A VISITA DE Mr. CABOT
Ao citar que o cidadao norte-americano paga até até 92% imposto de renda ao Tesouro dosEstados Unidos, iniciou o Embaixador John Moors Cabot, ontem, as 18 horas, no Palácio do IBC, sua propalada conferência.
Sendo precedido velo Governador Lindenberg, que reiterava aos Estados Unidos, na pessoa de seu Embaixador, os conciliadores apelos formulados pelo Presidente Juscelino ao lançar a OPA. o Mr. Jonn Moors Cabot, em resposta, sugeriu, inicialmente, numa
aberta pregação do decantado "american way of file" que o Governo do Brasil cobrasse mais Imposto aos cidadãos brasileiros a fim de combater o subdesenvolvimento do País.
Quanto ao resto da conferência presenciada por apenas algumas dezenas de pessoas, em sua maioria comerciantes e autoridades, Mr. Cabot empregou o tempo dizendo que o "nosso hemisfério está ameaçado por foguetes da URSS a que temos de revidar", (e bom notar que o foguete teleguiado que caiu no nordeste do Brasil de origem ianque), enaltecendo o "parto do Sub-Secretário Dillon em Bogotá", a dar conselhozinhos sobre educação, exportação, etc...
Quanto ao verdadeiro objetivo de sua viajem a este Estado, nada disse nem permitiu perguntas.
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