Túmulo de Oscarina Guimarães e seu Cãozinho (1915)

7 months ago
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A saúde frágil da senhorita Oscarina Guimarães, filha do Sr. Antenor Guimarães, capitalista capixaba.
Artigos sobre sua saúde, tratamentos e falecimento.

Voluntária cuida de jazigo que está esquecido há cem anos.

Além das lendas, os cemitérios também podem ser fontes de pesquisas e contam um pouco de nossa história. No Cemitério Padre Rodolfo Komorek (centro) existe um jazigo que intriga os funcionários e também os visitantes. No local, foi feito um único sepultamento ocorrido há cem anos (em 1915). Trata-se de um belo jazigo, com a estátua de um cachorro, onde se encontra sepultada Oscarina Cruz Guimarães, nascida em 16/08/1893 e falecida em 13/08/1915, com 21 anos.

Nenhum parente visita o túmulo, que foi “adotado” por Dulce Carmem da Silva, moradora do bairro Santana. Ela sente orgulho em fazer a limpeza e cuidar do local. A família seria de Vitória (ES), mas não há indicação de familiar ou pessoa responsável pelo jazigo. Dona Dulce cuida do jazigo desde a década de 80 e conta que ficou sabendo da história da moça por meio de famílias tradicionais da cidade.

“Essa moça teria se tratado na cidade na época sanatorial e tinha um cachorro que sempre a acompanhava. Quando ela faleceu, o cachorro não quis sair de seu túmulo, onde também veio a falecer. A mãe dela teria, então, feito a estátua do cachorro em cima do jazigo.” Ela conta que nunca viu um familiar visitando o jazigo da jovem.

Dulce disse que começou a cuidar do túmulo por causa de uma história pessoal. “Meu cachorro tinha sido envenenado e eu fiquei chateada e entrei no cemitério. Quando vi o túmulo com a estátua do cachorro, que estava feio e sujo, resolvi cuidar do local. Isso foi na década de 80 e continuo até hoje. Com o tempo, comecei a cuidar de outros, como o do Euclides Miragaia (morto na Revolução de 1932). Faço a limpeza a cada 15 dias de uns 70 a 80 jazigos. Me sinto bem. É gratificante, principalmente nesta época em que o cemitério fica muito bonito.”

A Urbam, que administra quatro cemitérios de São José dos Campos, que possuem 17.439 jazigos, apoia e estimula o trabalho dos voluntários que auxiliam na manutenção das unidades.

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