Trânsito e carros na União Soviética - 1976 (traduzido)
Em "Alcance o automóvel", filme documentário de 1976, é abordado os problemas relacionados ao trânsito na União Soviética, tendo grande destaque aos acidentes nas estradas, que envolviam principalmente os pedestres. É de amplo conhecimento a mudança de postura dos governos soviéticos com relação ao carro pessoal, que se antes era observado como dentro de uma lógica capitalista tida como pouco racional, em termos de uso dos recursos escassos, passou a fazer parte da cultura e a política de desenvolvimento do país dentro das novas possibilidades do "progresso técnico", base para demais mudanças de acordo com uma visão materialista.
Ainda que mais escasso que em outros países, durante as décadas de 1960 e 1970 houve grande esforço na ampliação da produção de automóveis pessoais. Junto a expansão das fábricas já existentes, como a antiga MZMA, Fábrica Moscovita de Automóveis Econômicos, renomeada AZLK, houve a criação de duas novas fábricas: em Izhevsk, com a perspectiva de produzir um automóvel com projeto já existente e sob responsabilidade do Ministério da Indústria de Defesa, e em Togliatti, com a criação da Lada, sob responsabilidade do Ministério da Indústria Automobilística e em que prevaleceu a opção menos conservadora de receber apoio estrangeiro inicial.
Dentro desse contexto, esse documentário de 1976 aborda a crescente importância do automóvel pessoal, suas implicações culturais e, principalmente, seus impactos na segurança de trafego. Os problemas com relação ao fornecimento de peças de reposição, típicos de uma economia não diretamente regida pelos preços de mercado, também é mostrado eufemisticamente, como parte das dificuldades que marcariam a vida de um motorista, e nos quais o critério racional nem sempre é possível de ser aplicado.
As soluções proposta para os problemas de segurança de trânsito perpassavam, de acordo com as falas do professor Ivanov e do Major-general Nozdriakov, pelo aperfeiçoamento técnico dos automóveis, por uma maior capacidade de convencimento das pessoas, em que o diálogo e convencimento é valorizado, como também pela melhoria das condições de sinalização das estradas e de suporte aos pedestres.
E o automóvel, que hoje perde prestígio entre as novas gerações, pela dificuldade crescente que manter um automóvel representa, pela preocupação ambiental, como também pela praticidade dos aplicativos de transporte, naquela época se consolidava também como desejo de consumo da sociedade socialista, marcando o século XX em definitivo.
Nosso conteúdo foi classificado como "repetitivo" pelo Youtube, o que é mais um artifício da plataforma para cancelar a monetização. Então, se puderem contribuir para o canal (comunistas também precisam de dinheiro):
Botão do paypall:
https://www.paypal.com/donate/?hosted_button_id=AHMFD95E3M7K6
Pix e contato:
jordanmarcosrocha@gmail.com
Nosso segundo canal (com os Ladas):
https://www.youtube.com/channel/UCX_tmUkMUfiyILw4AZFdjWQ
Desafio:
-Encontre o Lada Niva
-Encontre um carro estrangeiro
19
views
Fábrica da Lada na União Soviética
Provavelmente filmado em 1975, 7 anos após o início da construção da Fábrica de Automóveis de Volga (VAZ). Nessa época, a fábrica produzia os modelos VAZ-2101, 2102 e 2103 "Luxo". A conhecida frase de que "a cada 21 segundos um novo automóvel é produzido" já estava presente, evidenciando que a produção alcançava os mais de 700.000 automóveis por ano, conquistando a marca de pouco mais da metade de todos os automóveis leves (de passeio) produzidos na URSS.
Em breve traduziremos reportagem sobre o sumiço de caramelos (isso mesmo) na URSS. Não perca!
Nosso conteúdo foi classificado como "repetitivo" pelo Youtube, o que é mais um artifício da plataforma para cancelar a monetização. Então, se puderem contribuir para o canal:
Botão do paypall:
https://www.paypal.com/donate/?hosted_button_id=AHMFD95E3M7K6
Pix e contato:
jordanmarcosrocha@gmail.com
Nosso segundo canal (com os Ladas):
https://www.youtube.com/channel/UCX_tmUkMUfiyILw4AZFdjWQ
12
views
Patrulha do consumidor na União Soviética: bolos vencidos
Vocês gostam de ver o circo pegar fogo?
Então vejam essa reportagem do jornal "Boa Noite, Moscou", de 26 de outubro de 1987, com uma reportagem sobre bolos perto da data de validade.
Bora fazer esse vídeo chegar no Celso Russomano?
Nosso conteúdo foi classificado como "repetitivo" pelo Youtube, o que é mais um artifício da plataforma para cancelar a monetização. Então, se puderem contribuir para o canal:
Botão do paypall:
https://www.paypal.com/donate/?hosted_button_id=AHMFD95E3M7K6
Pix e contato:
jordanmarcosrocha@gmail.com
8
views
Como eram produzidos carros na União Soviética? Fábrica da AZLK
"Muito depende de cada empreendimento, cada oficina, de cada brigada, e de cada trabalhador. E o que isso significa? Isso significa trabalhar não somente com disciplina, e diligência, mas trabalhar conscientemente, habilmente e com resultados, trabalhar lindamente, para que outros possam te respeitar pelo seu trabalho, e para que você mesmo possa se respeitar".
Nessa reportagem do jornal Vremia (Tempo) de 28 de maio de 1978, lembrando essas sabias palavras de Leonid Brezhnev, a soldadora Nina Kandrashova ressalta o empenho necessário para a melhoria de qualidade da produção na Fábrica de Automóveis do Komsomol Leninista (AZLK).
Só na União Soviética seria possível ver em 1:01, na entrevista de Nina, dois "souvenirs" inusitados: uma placa comemorativa com o logo da VAZ (Lada) e uma miniatura parecida com um Volga, da GAZ. Em qualquer outro país, tais firmas seriam consideradas concorrentes.
11
views
Música do filme soviético "Ironia do Destino" - 1975
Você pode ver o filme pelo canal da Mosfilm:
https://www.youtube.com/watch?v=lVpmZnRIMKs
Letra:
Eu perguntei ao freixo (árvore): "Onde está minha amada?"
O freixo não me respondeu, balançando a cabeça.
Eu perguntei ao álamo (árvore): "Onde está minha amada?"
O álamo me jogou folhas de outono.
Eu perguntei ao outono: "Onde está minha amada?"
O outono não respondeu com aguaceiro.
À chuva eu perguntei: "Onde está minha amada?"
A longa chuva em lagrimas caiu pela minha janela.
Eu perguntei à meia-lua: "Onde está minha amada?"
A meia-lua se escondeu na nuvem, não me respondeu.
Eu perguntei à nuvem: "Onde está minha amada?"
A nuvem se escondeu no azul celeste.
Amigo meu, único, onde está minha amada?
Você diz onde desaparecera? Sabe onde ela está?
O amigo respondeu devoto, o amigo respondeu sincero:
"Sua amada foi, sua amada foi,
Sua amada foi se tornar a minha mulher!"
11
views
Energia Nuclear na União Soviética (URSS) - 1984 (traduzido)
#Chernobyl #HBO #Energy
Estamos lançando na véspera de 35 anos do acidente nuclear de Chernobyl mais uma tradução de documentário soviético.
Produzido dois anos antes do fatídico acidente de 26 de abril de 1986, e 5 anos após acidente de pequenas proporções na Usina Nuclear de Leningrado, o documentário "Energia Nuclear da URSS" aborda o processo de construção de usinas nucleares e desenvolvimento de novos reatores mais eficientes na União Soviética. Começando com a Usina de Obninsk, a primeira usina nuclear do mundo, o documentário nos remete ao pioneirismo do país e a importância do acadêmico Igor Vassilievich Kurchatov, que foi vital nesse desenvolvimento pioneiro. Ao longo do documentário, há trechos da entrevista com o Presidente da Acadêmia de Ciências da URSS, Anatoli Petrovich Alexandrov. Defende-se a implantação das usinas nucleares principalmente na parte ocidental da URSS, desprovida de recursos combustíveis, e também se aborda a respeito dos novos reatores de nêutrons rápidos, que possibilitaram o reprocessamento do urânio utilizado nas usinas para a obtenção de plutônio, também componente de combustíveis nucleares. Chama atenção o grande numero de projetos na RSS da Ucrânia, com o lançamento do quarto reator de Chernobyl com 1.000 MW e da construção das usinas de Khmelnytski, Sul da Ucrânia, da Crimeia, de Rovno e de Zaporozhia. Mais ao final, a implantação também é justificada pelo viés ambiental, que na União Soviética não tinha caráter doutrinário, embora deficiente em vários aspectos, entre eles com relação o deposito dos lixos nucleares, nem sempre destinados como demonstrado no documentário.
Parte muito relevante também é a produção dos equipamentos nucleares, em que o grande exemplo é o empreendimento da Atommash, em Volgodonsk, que com a engenharia computacional soviética (limitada, tanto por sua época, como pelo atraso na corrida dos transistores) conseguia produzir em escala grandiosos equipamentos de tolerâncias mínimas.
Focado também na segurança das operações, percebemos a distância do discurso ocidental, protagonizado, por exemplo, pelo seriado da HBO, com o discurso ambiental mostrado pelos meios de comunicação soviéticos. Na União Soviética também havia preocupação em mostrar os esforços contra qualquer tipo de acidente envolvendo essas usinas, mesmo inserido em uma época em que nenhum acidente nuclear havia ganhado tamanha proporção e relevância como o de Chernobyl.
Por fim, um dos aspectos que levou a tradução desse documentário é que nele há um tipo de mentalidade que é cada mais rara atualmente, a do otimismo no desenvolvimento tecnológico como criador de um bem-estar geral, em que todos se veriam distantes dos problemas de escassez que tanto movem os conflitos mundiais. A cidade de Bilibino recebendo luz e calor através de sua usina nos remete a imagem de um oásis num deserto. Hoje, mais do escassez, percebemos que também somos guiados pela necessidade de nos destacarmos, e de criarmos novas necessidades em um processo contínuo de individualismo, essa sendo uma das causas da lenta degeneração da economia planificada soviética. E se encararmos o documentário para além da mera factualidade, arrisco a considerar que também se trata de um obra de arte que retrata em sua sucessão de imagens, discursos e trilhas sonoras, meticulosamente montadas, essa mentalidade.
"Eu estou convencido de que o bom senso inerente aos povos triunfará, e não está longe o tempo em que os preciosos urânio e plutônio serão usados em motores atômicos impulsionadores de navios pacíficos e em usinas de energia, levando luz e calor para as casas das pessoas." - Acadêmico Igor Vasilievich Kurchatov.
65
views
Donetsk nos tempos da União Soviética
Nessa reportagem do jornal Vremya de 19 de junho de 1979 é destacado a premiação dos arquitetos e demais membros da "classe trabalhadora" de Donetsk. A cidade havia obtido bom desempenho no cumprimento dos planos quinquenais e muitos cidadãos eram agraciados com premiações soviéticas. Atualmente, a região de Donetsk é decadente por estar em disputa entre tropas paramilitares pro-Rússia e tropas ucranianas. A parte final é sem áudio mesmo, provavelmente uma margem para cortes na edição do jornal.
12
views
Supermercado soviético
Reportagem do jornal Vremya de 24 de junho de 1988 mostrando o supermercado nº 60 de Moscou, no bairro Krilatskoe, da fábrica de aeronaves Ilyushin. A intenção revelada era mostrar um supermercado soviético típico e os problemas enfrentados por esse tipo de estabelecimento na União Soviética, muito embora nesse ficam claras ações que promoveram uma melhoria nos serviços aos clientes, com a troca de 8 diretores, e que o diferenciavam no melhor o atendimento. O tempo de compra de uma das clientes foi cronometrado e demorou 10 minutos. Causa estranhamento o tamanho pequeno da compra que realizou, e o tamanho reduzido do carrinho com relação aos que conhecemos hoje.
Pelo que parece, a condição anterior de desleixo do supermercado o permitiu participar de algum programa de melhoria e variar sua mão de obra, abrindo outros serviços. Enquanto isso, a parte de preparação das mercadorias para a venda era antiquada, com o envasamento dos produtos sendo feito no próprio supermercado manualmente. Os planos eram de no futuro criar um departamento para envasamento dos produtos.
17
views