Palácio de Queluz

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Um dos mais belos e subestimados palácios de Portugal. O Palácio de Queluz foi o local de nascimento e morte de D. Pedro I.
Em 1654, D. João IV cria a Casa do Infantado, que inclui a Casa de Campo de Queluz.
Em 1747, o Infante D. Pedro, terceiro Senhor da Casa do Infantado e futuro rei D. Pedro III (por casamento com D. Maria I) encarrega o arquiteto Mateus de Vicente de Oliveira de ampliar o chamado “Paço Velho”. Anos mais tarde, em 1760, o anúncio do casamento de D. Pedro com a herdeira do trono, a princesa D. Maria, motiva obras mais profundas, que visam conferir à propriedade a envergadura de Palácio Real.
Após o incêndio da Real Barraca da Ajuda, em 1794, onde a Família Real vivia em permanência desde o terremoto de 1755, o Palácio de Queluz torna-se residência oficial da rainha D. Maria I – que entretanto enviuvara – e, posteriormente, dos príncipes regentes D. João VI e D. Carlota Joaquina, o que exigiu a adaptação de alguns espaços interiores e a construção de novos edifícios para acomodar a Corte, a Guarda e a criadagem. Queluz passou, assim, a ser o local onde a Corte ia para desfrutar de momentos de lazer, assistir a serenatas, cavalhadas e espetáculos de fogo-preso.
O palácio é habitado em permanência até à partida da Família Real para o Brasil, aquando das invasões francesas, em 1807, um dia antes da entrada das tropas napoleónicas em Lisboa, sob o comando do general Junot. Conta-se que, neste ano, o próprio Junot visita o palácio, tendo chegado a alimentar o sonho de ali vir a instalar Napoleão Bonaparte.
Em 1821, D. João VI regressa a Portugal, mas o palácio só volta a ser habitado, em regime de semiexílio, pela rainha D. Carlota Joaquina, acusada de conspirar contra o marido. Todavia, os tempos áureos das alegres celebrações não mais voltariam a animar aquele espaço.
A geração seguinte, marcada pela Guerra Civil que opôs os irmãos D. Miguel e D. Pedro IV de Portugal e primeiro Imperador do Brasil, encerrou a vivência real do Palácio de Queluz. D. Miguel, defensor da causa absolutista, habitou o palácio, enquanto rei e durante o período sangrento da guerra, na qual confrontou o seu irmão D. Pedro IV, que lutou para impor o liberal constitucionalismo. D. Pedro vence a guerra, mas, por se encontrar doente, abdica do trono de Portugal a favor da sua jovem filha, D. Maria II. É no Palácio de Queluz, no quarto D. Quixote, onde nasceu, que D. Pedro IV acaba por morrer.

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