O Aterro de Bento Ferreira (1950)

8 months ago
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As obras do aterro de Bento Ferreira e a remodelação das Avenidas Vitória e Cezar Hilal - anos 1950.

À direita o Morro de Bento Ferreira, ao centro a Ilha dos Papagaios e à esquerda o Morro da Praia do Suá, atrás o Convento da Penha e Morro do Moreno.

Fotos: Mazzei.

Esta região começou a perder parte de suas características originais a partir da década de 1950, mais precisamente durante o governo de Jones dos Santos Neves (1951-1954), quando foi iniciado o aterro do manguezal de Bento Ferreira com terras extraídas dos próprios montes
então existentes nessa área. Esse aterro deu passagem à Avenida Marechal Mascarenhas de Moraes, mais conhecida como Avenida Beira-Mar, a qual impulsionou o crescimento econômico e populacional da região do Suá. No entanto, apenas a primeira parte deste aterro foi concluída no final de década de 1950, durante o governo Carlos Lindenberg (MATTEDI, 2002:21).

Foi o segundo aterro que, de fato, completou a transformação física da região da Praia do Suá, dando-lhe a condição de terra contínua em direção ao Centro da Cidade. O impacto dessa obra para a capital foi bastante expressivo, já sendo, inclusive, esperado antes mesmo de sua conclusão:

Ainda na década de 1970, a expectativa em relação a essa área, correspondente atualmente ao bairro Enseada do Suá, era de que servisse como centro comercial abastecedor para a Praia do Canto, Santa Lúcia e Barro Vermelho, que por sua vez continuariam como bairros de uso
exclusivamente residencial, ao passo que as áreas de Ilha de Santa Maria e Bento Ferreira caracterizar-se-iam como setores administrativos, na condição de territórios expandidos a partir do centro tradicional da cidade (MENDONÇA et al., 2009:101).

Como pode ser verificado em outros pontos deste trabalho, parte de tais previsões de planejamento não se
confirmaram nas décadas posteriores e o uso ou função de alguns desses bairros modificou-se com o passar dos anos.

De RAFAEL GONRING.

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