FilipadeSousaNunes

Estamos em época de sobrevivência. Existem dois partidos que criticam negativamente a ditadura sanitária e têm vários pontos em comum com a visão dissidente. Sendo que um deles (ADN) tem integrantes ou apoiantes directos que conheço pessoalmente e dos quais não só não tenho motivo para desconfiança, como são seres dignos de uma profunda admiração, por aquilo a que se têm sujeitado em prol de uma causa, pela humanidade. São pessoas com uma coluna vertebral fortíssima, que caminham ao nosso lado desde o início - como o Gabriel Branco, a Margarida Oliveira, o João Pedro Cesar Machado, o André Dias, etc. Perdoem-me se não menciono todos e se retiro o Dr. Trato-os todos por 'tu' e sei que são pessoas humildes, que não se importam. Nestas condições tão inóspitas, de sufoco, vamos estar à espera do salvador perfeito? Ainda por cima, em formato de 'partido político', sendo que o leque de questões e possíveis posições é tão vasto? Será possível haver um partido que assente em alguém como uma luva? Já te sentiste, alguma vez, representado a 100% por um partido? Voltando à questão da sobrevivência (lei da selva: se não comes, és comido)... Imagina que estás na savana. Estás com a mobilidade limitada, preso. Está quase a cair-te um galho em cima, que vai prender-te ainda mais. Tens um leão prestes a abocanhar-te a perna. Aparece um outro ser humano com vontade de ajudar, embora as probabilidades de o conseguir sejam escassas e sintas que ele não reúne a melhor condição física. Podemos piorar o cenário e imaginar que ele é muito pitosga e não tem um braço. O Leão está cada vez mais próximo de ti e o galho quase a cair-te em cima... Perguntas retóricas: - Mesmo que a probabilidade de sucesso ou escape seja sempre pequena, aceitas a coragem e boa vontade do outro ser humano? ou rejeitas qualquer tentativa de ajuda porque o companheiro não te parece estar ao nível de um super herói? - Se não reúnes todas as condições que consideras necessárias para garantir uma fuga segura e eficaz, ficas parado? - Preferirias estar à mercê de um leão adulto e forte, que está pronto a atacar... ou de um ser humano que, eventualmente, pode começar a transformar-se num leão, em algum tempo? - Preferirias estar à mercê de um leão mais forte ou de um mais fraco? - Perante alguns géneros de crítica que tenho visto, pergunto, com amor no coração... Em tempos de caça aberta ao ser humano, é vantajoso serem expostos, aos companheiros sobreviventes, pensamentos que não contribuam para a moralização destes, que não vão no sentido de unir e dar alento? Sendo que já existem tantos desmoralizados... A vida é aquela coisa que acontece enquanto esperamos por outras que não chegam a acontecer. Não fiquemos a aguardar a perfeição. Um dia de cada vez... com o que temos. Desta vez, votem.