A Segurança Pública do Ponto de Vista dos Consumidores

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Em seu livro Democracia, o deus que falhou, Hans-Hermann Hoppe enfatizou que mesmo que a segurança seja considerada um bem público, ela também está restrita à competição por alocação de recursos escassos com outros bens públicos, com outros órgãos. O que for gasto com segurança não poderá ser gasto com saúde pública ou com infraestrutura e assim por diante. A segurança vai além da prevenção da ordem, da identificação de pessoas e do uso da força. Ela também tem que punir – ou produzir provas para que se puna – ladrões, estupradores, estelionatários, homicidas, poluidores, genocidas e terroristas. E é aqui que vem o problema central da alocação de recursos para usos concorrentes pelo Estado: uma organização que não é financiada por contribuições voluntárias nem pela venda de seus produtos, mas por impostos, não tem como decidir com precisão o quanto deve produzir de segurança. O Estado não tem como saber a quantidade de recurso a destinar para cada aspecto da segurança, para onde, para quem e em qual ordem de prioridades. Precisa de novos 100 investigadores ou de um helicóptero com uma equipe tática? Quatro patrulheiros ou um delegado? Um posto de perícia médica legista ou um centro de treinamento de tiro? Os policiais merecem um aumento agora? De quanto? As respostas a tais perguntas chegam lentas demais porque não possuem o medidor correto do grau de satisfação de supostos clientes (o povo), os quais não são os reais clientes. (O governo e o Deep State são os verdadeiros clientes da segurança pública.)