Quando a Disney processou o ÓSCAR por causa da Branca de Neve

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A tradicional cerimônia do Oscar terá lugar, neste ano de 2022, no dia 27 de março, e, como tem sido habitual nos últimos anos, estará recheada de filmes chatos e que ninguém assistiu - naquele clubinho de socialistas da elite artística de Hollywood que entregam prêmios uns aos outros, enquanto fazem enfadonhos discursos lacradores. Conforme o tempo passa, menor é o interesse do público em geral pelos filmes premiados pelo Oscar, uma vez que a maior parte dos espectadores de cinema, nos Estados Unidos e no restante do mundo, não se sentem representados pelos filmes “cabeça” e entediantes que monopolizam, nos últimos tempos, as principais categorias laureadas com uma estatueta dourada. A cerimônia deste ano, porém, não é o foco deste artigo. Para falarmos da treta entre a Disney e a Academia de Artes e Ciências Cinematográficas, a entidade responsável por organizar a entrega do Oscar, precisamos voltar ao ano de 1989. Aquele, certamente, foi um ano marcante; afinal de contas, o mundo veria, meses depois da cerimônia do Oscar, a simbólica queda do Muro de Berlim, um prenúncio do fim do comunismo soviético. Para o mundo das artes cinematográficas, alguns acontecimentos de 1989 merecem destaque. O Oscar daquele ano foi o primeiro a substituir o clássico “...e o vencedor é” pelo atual e sem graça “...e o Oscar vai para” - supostamente, significando que todos os filmes indicados para a premiação já seriam vencedores. Naquele ano, também, a Biblioteca do Congresso dos Estados Unidos selecionou o filme “Branca de Neve e os Sete Anões”, o clássico da Disney de 1937, para preservação no National Film Registry - e nós já voltaremos a falar desse filme daqui a pouco.