Matheus Mayer Milanez

11 hours ago
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O advogado Matheus Mayer Milanez, responsável pela defesa do general Augusto Heleno, foi direto ao ponto no julgamento - Alexandre de Moraes ultrapassou todos os limites de sua função ao se transformar em investigador, acusador e juiz ao mesmo tempo. O relator, segundo a defesa, chegou a vasculhar redes sociais de testemunhas sem registro nos autos - uma conduta que desnuda o autoritarismo e o abuso de poder travestido de legalidade.

Milanez trouxe números que falam por si: Moraes fez 302 perguntas no interrogatório de Heleno, enquanto a Procuradoria-Geral da República (titular da ação penal) apresentou apenas 59. A diferença mostra quem realmente está conduzindo a acusação. Daí a pergunta feita por Milanez que reverberou no plenário e que destrói a narrativa oficial:
“Por que essa investigação foi feita por Alexandre de Moraes e não pela PGR?”

O advogado também denunciou o cerco à defesa. Apenas dois dias antes do depoimento de Heleno, foi liberada uma pasta com milhares de arquivos da operação “Tempus Veritatis”. Uma verdadeira muralha de documentos impossível de analisar em tão pouco tempo. A Polícia Federal sequer forneceu um índice do material, tornando a consulta inviável.

Citando o jurista Aury Lopes Jr., Milanez cravou: não existe imparcialidade quando o mesmo juiz busca provas e depois julga a partir delas. Essa conduta, segundo a defesa, não apenas compromete o devido processo legal - ela o destrói.

Enquanto isso, no Senado, o ex-assessor de ordens de Moraes, Eduardo Tagliaferro, apresentou provas de manipulação e fraudes que sustentaram decisões arbitrárias do ministro. Revelações de peso, mas que estão sendo censuradas e escondidas da população, como se a verdade fosse um risco maior do que a própria ilegalidade.

Moraes sabe que seu rastro está descoberto, a cada nova denúncia, o verniz de legalidade se desfaz e sobra apenas a face de um poder vingativo, disposto a esmagar inocentes para se manter intocável. O Brasil assiste, atônito, a um espetáculo farsesco em que o juiz se coloca acima da lei - e isso não vai terminar sem consequências.

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