A raiz espiritual do ego e o caminho da vida do homem

18 days ago
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O homem não tem apenas uma dimensão material, que recebe do pai e da mãe. O homem é essencialmente um ser espiritual. Deus criou o homem formando-o de matéria, do pó da terra, e soprou nele o Seu espírito. O homem tornou-se uma alma vivente, isto é, um ser mental e racional, diferentemente dos animais (cf. Gn 1-3).
O pecado original, um veneno espiritual, entrou na alma do homem por causa da transgressão do mandamento de Deus. O homem tornou-se culpado da desobediência a Deus, o Ser Supremo. Ao mesmo tempo, ele se abriu para outro ser espiritual, o diabo.
A essência do código genético do mal na alma humana é afastar-se de Deus e divinizar-se a si mesmo. Este egocentrismo, no seu nível mais elevado, é uma identificação com o espírito da mentira e do mal, ou seja, o diabo. A semente do diabo é uma parte intrínseca do ego humano. É o chamado pecado original, ou a raiz espiritual, ou o germe do mal em nossa alma. Do ego vem todo o mal que foi cometido ou será cometido na humanidade. O germe do mal no homem é um mistério profundo; transcende o tempo e não deixa de existir com a morte do indivíduo ou da humanidade. O chamado superego, ou espírito humano, está intimamente ligado à alma. Permanece como na prisão da alma (psique), que está infectada pelo veneno espiritual do pecado original e por um programa autodestrutivo. Este veneno turva a mente e torna-a incapaz de reconhecer a verdade, especialmente a verdade espiritual. A vontade inclina-se para o mal.
O germe do mal na alma, isto é, o pecado original, está programado para o suicídio espiritual gradual. Pelo contrário, a meta dada por Deus para cada pessoa é a vida eterna em felicidade suprema. O espírito humano anseia por Deus, fonte da verdade e do amor eterno. Aos poucos, o código genético do mal abafa a consciência, ou seja, a voz de Deus na alma. Dissimuladamente, através de mentiras e auto-enganos, ele persegue o seu objetivo: a emancipação ou, em outras palavras, a separação de Deus. O egocentrismo traz a morte eterna, isto é, a separação da fonte da verdade e da felicidade. Este estado de separação do espírito humano de Deus é a essência do sofrimento eterno que chamamos de inferno. O diabo é um espírito maligno, é mentiroso e assassino (Jo 8,44), inimigo da raça humana. O pecado original, germe do mal em nós, manifesta-se no egocentrismo. É a falta de vontade, ou melhor, a incapacidade de admitir a verdade. Quando uma pessoa toma conhecimento de seu erro ou do dano que causou, ela se sente ofendida, se vinga, fica com raiva ou até mesmo enfurecida. Sabe como encobrir sua culpa com algum bem, pelo menos um bem aparente, ou coloca a culpa em outra pessoa, até mesmo em Deus. A verdade humilha e condena o homem, por isso ele a odeia. Mas a verdade nos liberta da escravidão das mentiras e de vários vícios. E confessar a verdade é também condição para o perdão dos pecados. É por isso que cada um deve percorrer o caminho da verdade a partir de si mesmo. Podemos chamar esse processo de “mudança de pensamento” ou, em outras palavras, de “metanoia” bíblica. O pensamento do velho homem (v. Rm 6, 6) é egocêntrico; não busca a verdade, mesmo que esta verdade leve à felicidade eterna.
A nova forma de pensar baseia-se na verdade divina, no Evangelho (Mc 1,15), que nos conecta verticalmente com Deus. A verdade de Deus diz respeito em particular à nossa existência, ao nosso propósito na vida e ao sentido da nossa vida. Centra-se na nossa redenção e libertação, isto é, na pessoa do nosso Salvador. Em vez do egocentrismo, aceitamos o teocentrismo e o cristocentrismo. Deus, nosso Pai e Criador, torna-se o centro de nossa vida e aceitamos a salvação dada por Ele e o amor que está em Seu Filho, Jesus Cristo. Em hebraico, o nome Yehoshua significa Deus é meu Salvador. Jesus Cristo, o Filho de Deus, recebeu este nome quando veio na plenitude dos tempos para assumir sobre si a nossa natureza. Ele nos deu o programa de vida, que é o Seu Evangelho. Depois de completar Sua obra de salvação morrendo na cruz ignominiosa, Ele nos deu Seu Espírito. Através do batismo recebemos a vida de Deus. Fomos feitos filhos de Deus (João 1). Pelo batismo fomos misteriosamente imersos no momento da morte de Cristo, e pelo batismo também nos tornamos participantes de Sua nova vida, a vida do Cristo ressuscitado. Experimentaremos esta plenitude da ressurreição apenas para além do tempo, isto é, após a nossa morte física, no final da história humana, na segunda vinda de Cristo. Então os nossos corpos não apenas serão vivificados, mas também transformados à semelhança do corpo ressuscitado de Cristo. Através da intervenção da onipotência divina durante a ressurreição de Cristo, as leis físicas ficaram sujeitas às leis espirituais superiores. Jesus ressuscitado passou através da pedra do sepulcro e também através da porta fechada quando apareceu aos apóstolos após Sua ressurreição. Ele também apareceu para mais de 500 pessoas de uma só vez na Galiléia.
Entramos no âmbito da fé. Existe uma fé natural pela qual acreditamos, por exemplo, que a Terra é redonda, que os ursos polares vivem no Ártico, etc., ou seja, acreditamos no testemunho de outras pessoas. Mas existe outro nível de fé com a qual aceitamos as realidades espirituais. Nós nos juntamos a elas com nosso espírito ou alma. Esta fé abre o nosso espírito, a nossa mente e a nossa vontade para o mundo espiritual. Mas aqui temos que distinguir a que tipo de espírito nos abrimos. O fato é que existe também o âmbito do ocultismo, ou seja, o âmbito dos seres espirituais, hoje frequentemente chamados de “energias”. Na verdade, são anjos caídos, demônios. Esses espíritos da mentira influenciam o pensamento do homem com inspirações aparentemente verdadeiras. Se não se ama a verdade e não se está enraizado nela, dificilmente poder-se-á reconhecer a mentira escondida por trás destas inspirações sugestivas. Além disso, o germe do mal no homem se adapta a essas falsas inspirações e se identifica completamente com elas. Conseqüentemente, essas inspirações levam à rebelião contra Deus e Suas leis. A pessoa em questão justifica sempre as falsas inspirações com algum pseudo-bem, alguma pseudo-verdade ou pseudo-justiça. Mas Jesus diz: “A árvore se conhece pelos seus frutos”. A conexão do ego humano com a inspiração demoníaca traz consigo o mal e a morte, não apenas temporal, mas também eterna. O paganismo, assim como o cristianismo podre ou apóstata de hoje, é a religião do velho homem. Adora o demônio Pachamama e outros demônios e promove a perversão LGBTQ. Tudo isso leva à perdição.
O paganismo presta culto a várias divindades, às quais dá a forma de animais, pássaros ou feras. Por exemplo, no Budismo, a pessoa que medita torna-se uma só em espírito com alguma besta e, como resultado, fica imbuída do espírito de crueldade e cinismo. Em essência, este falso caminho espiritual é a deificação do ego orgulhoso e a rejeição total do caminho da verdade e do caminho da salvação. Este falso caminho denota-se pelo termo “do”, por exemplo aiki-do, bu-do, taekwon-do. Mas este não é o caminho da verdade ou da libertação do germe do mal dentro de nós. É um grande engano e uma mentira. O espírito do paganismo com as suas chamadas energias espirituais não funciona plenamente se a arte marcial for tomada apenas como um mero esporte. Mas existe o perigo de quem se dedica a este esporte querer o máximo sucesso. Aqui a pessoa é aconselhada a meditar, pois é isso que fazem os melhores mestres de artes marciais. Só então o espírito que atua no Budismo pagão agirá com poder através dele. O mesmo pode ser dito do hinduísmo pagão e da prática da yoga. O Hatha yoga é apresentado como uma ginástica, alguns exercícios. Quem quiser ir mais longe deve continuar com exercícios respiratórios, seguidos de meditação, até chegar ao chamado Raja yoga (ioga dos reis), onde o meditador fica totalmente possuído pelo demônio da mentira. O meditador diz: “Eu sou um deus”. Este caminho da chamada auto-redenção, combinado com o ensino da reencarnação, é um grande engano e uma armadilha também para muitos cristãos. A Yoga tem sido fortemente promovida no Ocidente cristão desde a década de 1960. A ascensão do Budismo começou logo depois através de literatura e filmes promocionais que popularizaram as artes marciais e abriram a porta à invasão da espiritualidade budista.
Criou-se uma atmosfera como se o Budismo trouxesse uma espiritualidade superior e prestigiosa. O caminho seguro para a salvação, que nos foi dado em Cristo através da Sua morte redentora na cruz, começou a ser considerado algo inferior. Este trágico engano baseou-se no orgulho humano e no ego humano, razão pela qual se espalhou tão facilmente no meio do cristianismo apodrecido. Na verdade, tratava-se de abrir a porta para o mundo espiritual, ou seja, para os seres espirituais, os demônios. Jesus expulsava demônios pela Sua palavra de verdade e pelo Espírito de Deus. Ele também deu esse poder aos apóstolos e a todos os cristãos para que pudessem derrotar esses demônios. Contudo, a condição é que o cristão esteja enraizado em Cristo e no seu Evangelho e que seja um verdadeiro discípulo de Cristo.
O paganismo tem muitos ramos. Em essência, trata-se de se abrir ao poder demoníaco e adorar os demônios e Satanás. A pseudocultura ocultista afeta especialmente os jovens de hoje. Já não é o ateísmo que faz parte de uma boa imagem, mas sim o paganismo e o ocultismo. Tomemos como exemplo o popular livro “Harry Potter”. Quase todos os filmes e livros infantis e até mesmo os livros didáticos estão repletos de propaganda de magia e ocultismo. O Halloween, uma festividade satanista, acompanhada de sacrifícios humanos, é imposto às crianças nos jardins de infância. Os astecas pagãos ofereciam anualmente até vinte mil sacrifícios humanos às suas chamadas divindades, isto é, aos demônios. Eles abriam o peito de um jovem ainda vivo e sacrificavam seu coração aos demônios. Foi o cristianismo que pôs fim a isso. Porém, até hoje os xamãs oferecem sacrifícios ao ídolo Pachamama, por exemplo, durante a construção de casas. Enterra-se um feto de lhama nas fundações de pequenas casas, ou se oferece um sacrifício humano e se o enterra nas fundações de grandes edifícios. Geralmente pegam um morador de rua ou um turista, drogam-no com opiáceos ou narcóticos e depois o enterram vivo em fundações. Rituais satânicos semelhantes são realizados não apenas na América do Sul, mas também no Tibete.
No quinto livro de Moisés, ou seja, mais de mil anos antes da era comum, o Senhor, por meio de Moisés, alerta sobre formas específicas de adivinhação, magia e espiritismo (v. Dt 18, 9 ss.).
Hoje fala-se muito sobre esoterismo, de parapsicologia, da chamada energia Reiki, do método Silva, do yin e do yang, do feng shui, dos bonsais, da acupuntura chinesa e de outras práticas do budismo chinês. Os mártires preferiram sofrer torturas cruéis e morte a adorar divindades pagãs, porque sabiam que o primeiro mandamento do Decálogo afirma claramente: “Eu sou o Senhor teu Deus, o único Deus, não terás outros deuses (pagãos) diante de Mim. Não farás para ti ídolo em forma de animais, de aves, de répteis ou de seres humanos; pois eu, o Senhor teu Deus, sou um Deus ciumento”.
Quando o diabo tentou Jesus no deserto, Jesus lhe disse: “Vade retro, Satanás! Pois está escrito: Ao Senhor teu Deus adorarás e só a Ele servirás”. O sistema pagão é um serviço e uma adoração de falsos deuses: demônios e o próprio Satanás.
Definitivamente fica perfeitamente claro para todos hoje em dia que o caminho, ou um programa das elites dominantes, que promove o paganismo, a imoralidade e o despovoamento, é o caminho do Anticristo. O Pseudo-papa Francisco também segue este caminho e chama-o de “caminho sinodal”. Sua entrega aos demônios durante um ritual pagão realizado por um xamã dispensa comentários. Cometeu uma apostasia pública, pela qual incorreu no anátema, na excomunhão, ou seja, na expulsão da Igreja de Cristo.
A fé redentora está enraizada na verdade revelada por Deus. “Aquele que crê (em Cristo) e for batizado será salvo” (Mc 16,16). Este é o fundamento. Mas é preciso segui-lo por um caminho, que é Jesus Cristo. Quem perseverar neste caminho até o fim será salvo (Mt 24,13). Uma pessoa precisa principalmente de uma rotina diária de oração ao trilhar esse caminho. O ideal é o dízimo do tempo todos os dias. Aqueles que dão a Deus 2,5 horas todos os dias se libertarão da dependência do espírito do mundo e das mentiras, que está ativo na grande mídia e nas redes sociais. Desta forma, preferirão a comunicação vertical à horizontal ou, por outras palavras, preferirão a verdade redentora ao engano, às meias-verdades e à vaidade.
Quanto à oração, ela nos leva à cruz de Cristo. Aqui confessamos os nossos pecados e recebemos o perdão através da fé no sangue de Cristo derramado para o perdão dos pecados.
A fé redentora manifesta-se sobretudo na oração interior e na relação pessoal com o Salvador. Ela nos une a Ele. Unimos nossos sofrimentos e nossas cruzes a Ele, ou seja, vivemos a co-crucificação com Cristo.
Nosso objetivo após esta curta vida é alcançar a vida eterna. Só existe um caminho verdadeiro que leva até lá, e esse caminho é Jesus Cristo. Ele é o Caminho e a Verdade, mas também a Vida, a vida eterna (Jo 14,6).

+ Elias
Patriarca do Patriarcado católico bizantino

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