DROGAS EM HOLLYWOOD - SEM MIMIMI

5 months ago
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Hollywood é como aquele velho bêbado em um bar sujo, sempre procurando a próxima dose de adrenalina para entorpecer a dor da realidade.

Os filmes de Hollywood têm um caso de amor duradouro com as drogas. Desde os dias de ouro até os tempos atuais, as telas sempre foram um espelho de nossa fascinação pelo uso e abuso de substâncias químicas. O glamour, a decadência e a destruição que acompanham as drogas são retratados de maneira sedutora, como se fossem uma fonte de inspiração para a criação artística.

Desde os filmes noir da década de 1940, onde o álcool era a droga de escolha, e detetives desgastados bebiam uísque como se fosse a única coisa que os mantinha vivos em um mundo corrupto e sombrio. E então vieram os anos 60 e 70, a era do psicodélico, onde ácidos e maconha eram as estrelas das telas, enquanto personagens buscavam a iluminação espiritual em uma cápsula de LSD.

Nos anos 80, a cocaína assumiu o centro das atenções, com filmes como "Scarface" glorificando o tráfico de drogas e os excessos hedonistas que vinham com ele. A luta contra as drogas se tornou um tema recorrente, com mocinhos tentando derrubar impérios do narcotráfico, mas a fascinação com a cocaína permaneceu inabalável.

E, é claro, não podemos esquecer a onda de filmes sobre a heroína, como "Trainspotting", que retrataram de maneira crua e chocante a vida de viciados em busca de uma fuga desesperada da realidade.

Mas Hollywood não se limita apenas a drogas pesadas. Álcool, cigarros e até mesmo remédios prescritos são igualmente explorados nas telas. O consumo de álcool em excesso é muitas vezes romantizado, enquanto a indústria farmacêutica é criticada em filmes que expõem a dependência de medicamentos como uma epidemia silenciosa.

Hollywood, em sua busca incessante pelo choque e pelo espetáculo, captura a complexidade das drogas em todas as suas nuances. Elas são a muleta do herói destroçado, o veneno que corrompe a alma e a válvula de escape que proporciona momentos efêmeros de euforia. Os filmes de Hollywood nos lembram que as drogas são uma parte sombria e sedutora da experiência humana, uma tentação constante que nos atrai para o abismo.

Então, enquanto assistimos a esses filmes, somos lembrados de que, mesmo em meio à decadência e à autodestruição, há beleza na busca pela transcendência, mesmo que seja fugaz e destrutiva.

Hollywood não apenas reflete nossa relação com as drogas, mas também nos desafia a questionar nossa própria dependência e o preço que estamos dispostos a pagar por um vislumbre da eternidade.

É uma dança perigosa e sedutora, e Hollywood é o maestro que conduz essa sinfonia caótica.

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