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O Homem que Passeia Jiro Taniguchi #181 Por Armando Ribeiro Virando as Páginas.
Se Insceva no Canal! Resenha do ano passado sendo rememorada!
Sinopse UHQ
Caminhando devagar, o protagonista escuta, cheira, para e observa. É impossível não se sentir alheio e indiferente ao mundo, em contraste com esse olhar puro.
Vários passeios de um mesmo homem por sua cidade japonesa, reflexões ambulantes sobre a cidade que dorme e o amigo que acaba de se separar da mulher. Tudo menos dramático que o som do mergulho de uma rã ou o movimento sutil do pousar de uma borboleta.
Positivo/Negativo
No começo da primeira história, um senhor de idade já avançada e observador de pássaros se espanta com o jovem protagonista sem nome de O homem que passeia: "Aqui não costuma vir muita gente".
Essa justificativa se refere ao quanto a sociedade moderna não para a correria habitual e não se detém em momento algum do dia para apreciar o mundo, seja ele de forma natural ou construído pela própria humanidade.
Escapando do imediatismo que o entretenimento da leitura das histórias em quadrinhos proporciona aos leitores de modo geral, algumas obras passeiam tranquilamente pela cabeça dos mesmos após apreciar suas últimas páginas. Esta é uma delas.
Com certeza, vai existir alguém que não verá nada de mais nas andanças promovidas por Jiro Taniguchi (1947-2017). Não captando o "estado de espírito" desses episódios contemplativos, talvez por não ter a paciência de "ler" as ações ou mesmo por não refletir em cima das entrelinhas colocadas em cada parada, cada movimento ou cada evocação de sentidos representadas pelos silenciosos desenhos.
Como o próprio autor diz em uma entrevista nos extras desta edição, o passeio é uma liberdade sem objetivos ou limites de tempo. E é bem isso. Tanto que há episódios que se estendem e outros bem mais curtos.
Na contramão da correria atual do ser humano, dotado de uma postura cada vez mais curva para a imersão nos seus aparelhos eletrônicos manuais conectados com o ciberespaço, essas histórias cadenciam uma lentidão acolhedora, contemplativa, como se o leitor acompanhasse a caminhada da mão do autor pelo papel.
Muito desses detalhes na arte dialogam com o cinema de um conterrâneo de Taniguchi, o cineasta Yasujiro Ozu (1903-1963), cuja câmera praticamente imóvel nos seus planos constroem experiências bastante delicadas, como no clássico Era uma vez em Tóquio (1953), dentre outros longas da sua sólida filmografia.
O delicado traço cuidadosamente delineado na arte-final, a rigidez geométrica das construções e a minuciosidade dos elementos da Natureza são harmonizados para despertar os sentimentos adormecidos da contemplação introspectiva e intimista.
O quadrinhista abusa de planos abertos, detalhamentos e diagramações horizontais e verticais para poder mostrar o universo ao redor dos personagens. Páginas inteiras e duplas servem para o leitor se deter por mais tempo, apreciando o que o protagonista sente e vê.
Mas a graça não está apenas na subjetividade do homem sem nome. Também se encontra nos detalhes que Taniguchi faz questão de frisar graficamente, como o pé descalço que toca a terra, a neve que embaça o óculos ou o objeto encontrado na arqueologia que se usa durante o passeio com o cachorro.
Quando o homem anda descalço se equilibrando em cima de uma mureta, o leitor recorda os tempos em que essa troca de perspectiva e encorajamento para a "aventura" era bem mais corriqueira quando era criança.
Quase se pode sentir o vento, contemplar o silêncio, ouvir o barulho das turbinas de um avião que rasga o céu ou o burburinho da cacofonia da multidão que vai ao campo para o lazer.
A obra também é tátil quando o autor destaca as ações de sentir entre os dedos a casca de uma velha árvore, a maciez de uma grama antes de se deitar nela ou o peso gravitacional dos pingos de chuva.
Quem nunca apostou mentalmente uma corrida com um desconhecido que está seguindo na mesma direção? Quem nunca sentiu o prazer de se abrigar na queda de temperatura da sombra de uma árvore quando o sol é de rachar a cabeça?
Curiosamente, há três histórias (referidas como parte II, III e V – a IV é uma galeria) que são meio deslocadas do tema, abordando sonhos, viagens no tempo e amores destruídos.
A edição da Devir – primeiro mangá da editora – inaugura a coleção Tsuru, que reúne obras de autores japoneses, clássicos e contemporâneos, historicamente importantes para os quadrinhos.
O resgate é importantíssimo, pois Taniguchi, além de ser um dos melhores autores do Japão, é totalmente esquecido no Brasil.
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