Análise R.P.G.: "Espelhos Sombrios" (2023) - Parte 08
Julio Taguchi, RPGista com 14 anos de experiência na arte, em especial como Narrador, conduz esta série produzida pela compilação de vídeos curtos e descompromissados - embora de uma percepção formidável - avaliando minuciosamente o Livro de RPG "Espelhos Sombrios".
Parte VIII: Préstitos, Regras e Equipamentos.
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Observações nas Sombras:
1. A Campanha mencionada por nosso apresentador se chama "Lágrimas de Santa Agnes", uma "Mesa Teste" de Espelhos Sombrios (com sorte poderemos postá-la também). Nela, os Protagonistas ainda são Mortais (policiais) que investigam o assassinato de uma professora universitária que, devido a este fato, está trazendo problemas políticos e sociais para a cidade, Santa Agnes. Obviamente, em algum ponto da narrativa os Protagonistas se depararão com o Sobrenatural, do qual certamente em algum grau está envolvido neste assassinato, e isso mudará suas vidas - provavelmente para pior.
2. Taguchi em seu comentário a respeito das Regras dá a entender que Espelhos Sombrios tem mais foco nas regras que na interpretação. Em um diálogo pós sua gravação, indaguei se era esta mesma a sua impressão. Sua resposta: "Sim, mas, ao mesmo tempo, é não. Quando eu falo sobre 'jogos narrativistas', eu falo sobre sistemas tão focados na narrativa que chegam a oferecer poucas opções mecânicas para a resolução dos conflitos. Um exemplo disso é 3D&T. Nesses sistemas, por exemplo, é comum que você tenha pouca ou até mesmo nenhuma diferença entre o dano que as armas causam. Tem quem goste, tem quem não goste. Eu mesmo prefiro sistemas com mais regras. Espelhos Sombrios está bem longe dessa categoria. O jogo apresenta regras para várias situações, tem um combate mais estratégico, oferece muitas opções de customização e especialização de personagem. Eu colocaria o Espelhos Sombrios mais próximo do DnD e do Gurps".
Complementando o comentário acima: Espelhos Sombrios encara as Regras como uma arte marcial: É melhor termos e não usarmos em função do diálogo do que tornar-se algo necessário e tentarmos o diálogo (interpretação) e não dar certo. As regras existem apenas para manter o escopo entre o Narrador e os Jogadores de forma que os atritos de interpretação sobre algo sejam mínimos. Portanto, no fim das contas, o equilíbrio narrativo deve ser imprescindível em ser privilegiado. Os confrontos são interessantes, claro, mas lembrem-se: Estamos em um cenário que privilegia o terror.
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