História da Cidade de Floriano Piauí

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História da Cidade de Floriano Piauí.
O processo histórico de ocupação urbana de Floriano foi lento, vindo a acelerar-se de forma mais significativa apenas no século XX. Conformou-se em uma ocupação centrífuga (tendo como centro a sede do Estabelecimento Rural São Pedro de Alcântara, na beira-rio) e relacionando-se também com dois processos históricos distintos, vinculados às modalidades de transporte fluvial e rodoviária. O primeiro formatou o sítio nas proximidades do porto e o segundo vem orientando a ocupação em função das grandes rodovias presentes na área urbana.
O marco fundante para a ocupação do espaço onde hoje se encontra a cidade de Floriano foi a criação do Estabelecimento Rural São Pedro de Alcântara, em 1873. Anteriormente à criação do Estabelecimento, todo o território fazia parte das chamadas Fazendas Nacionais, pertencentes ao patrimônio da Coroa Portuguesa, terras que, anteriormente, tinham pertencido à sesmaria de Domingos Afonso Mafrense, criada em 1676. Uma história que remonta ao século XVII e ao ciclo do gado.
O Estabelecimento Rural São Pedro de Alcântara foi criado para ser uma colônia de propriedade do Governo Imperial. Foi projeto do agrônomo Francisco Parentes, que conseguiu, em 1873, sua indicação para fundar e administrar o Estabelecimento pelo prazo de 15 anos.
O caráter rural do território ocupado pelo Estabelecimento, contudo, só se modificou em finais da década de 80 do século XIX, quando foi liberada, para particulares, uma área à beira do Rio Parnaíba. Vieram, então, ocupar o local pessoas de outras localidades. Com a chegada destes novos habitantes, o lugar ocupado por eles foi-se desenvolvendo, espraiando-se em ruas executadas segundo traçado planejado em Teresina, a pedido do Ministério da Agricultura. Estabelecia-se, assim, o núcleo urbano primitivo da futura Floriano, nas proximidades da hoje Igreja Matriz.
Em 1890, o povoado-sede do Estabelecimento foi elevado à condição de vila e, em 1897 a Vila da Colônia à categoria de cidade, com o nome de Cidade Floriano.
Em 1915, foi projetada a estrada de rodagem Floriano-Oeiras, que interligou as localidades interioranas com Floriano, garantindo a comunicação, por meio do Parnaíba, com o norte do Estado. Floriano era, então, importante porto de embarque e desembarque de passageiros e mercadorias.
Tendo em vista a sua posição geográfica, Floriano passou a ser ponto de convergência do comércio do sul do Estado do Piauí, atraindo importantes trocas comerciais com outros Estados. Nesse contexto de modernização da cidade e de consolidação de seu caráter comercial, vale ressaltar a importância do rio Parnaíba e do transporte fluvial. O transporte fluvial feito pelos Vapores existia na região desde fins do século XIX e foi continuado com os chamados Motores até a década de 60 do século XX.
Na década de 20 do século passado, importantes modernizações aconteceram na cidade. Em 1924 foi inaugurada uma usina para garantir o provimento de energia elétrica. De 1929 a 1930 foi construída a estrada carroçável ligando Floriano a Itaueira, funcionando como importante escoadouro da produção agrícola daquela região. Nesse mesmo período foram realizadas obras de embelezamento da cidade. Foi feita, por exemplo, arborização com mudas de ficus-benjamim.
Em 1933 foi realizado o primeiro calçamento em Floriano, em toda a extensão da Avenida João Luiz Ferreira e parte da Praça João Pessoa (Sebastião Martins), objetivando facilitar o trabalho das carroças que demandavam a beira do rio em busca de mercadorias destinadas às casas comerciais da cidade.
Apenas em 1959 ocorreu a implantação dos primeiros serviços de telefonia e de abastecimento de água da cidade. Nesse mesmo ano foi construído o aeroporto Cangapara.
Contudo, definitivos para a atual configuração urbana foram os anos a partir da década de setenta, quando foram criados novos bairros e ruas, que ampliaram os limites de Floriano. Foram realizados o anel viário; a eletrificação e urbanização do bairro Taboca; a abertura de ruas no planalto Sambaíba, dando origem ao hoje chamado bairro Sambaíba Nova; a doação de terrenos para a construção dos conjuntos habitacionais Hermes Pacheco e Paraíso; a abertura de ruas como a José Nogueira, Anfilófio Melo, Joaquina Freitas, Veras de Holanda e João Pereira, a oeste da zona urbana, em lugares até então ocupados por vacarias, olarias e terrenos com plantio para pasto; e a abertura de ruas no bairro Cancela. Em função dessas mudanças intensificou-se a expansão em direção ao anel, em alguns pontos atravessando-o, alcançando bairros como Irapuá I e Irapuá II.
Os contornos atuais de Floriano expandem-se para além do anel viário criado na década de 70, mas ainda se atrelam a ele, margeando-o. Mesmo havendo ainda hoje grande número de lotes vazios nos bairros centrais da cidade, existe na Prefeitura diretriz para a criação de um novo anel viário, o qual atravessará os bairros mais periféricos da atual zona urbana.

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