8/01: Flávio Dino se pronuncia sobre imagens apagadas pelo ministério da Justiça

Em meio a rumores de que o Ministério da Justiça teria apagado todas as imagens do interior e das laterais da sua sede captadas por quase 40 câmeras de segurança durante os atos de vandalismo na Praça dos Três Poderes, o ministro da Justiça, Flávio Dino, disse que o secretário-executivo da pasta, Ricardo Cappelli, está trabalhando para recuperar as imagens que foram apagadas.

Segundo Dino, as imagens teriam sido apagadas por um "problema contratual", pois segundo ele, a empresa responsável não é obrigada a manter as imagens depois de um tempo determinado.

“Cappelli está há pelo menos uma semana, 10 dias, tentando de alguma forma recuperar o máximo possível de imagens. Agora, essas imagens vão mudar a realidade dos fatos? Não vão aparecer disco voador, não aparecer infiltrados, não vai aparecer esse terraplanismo. Esses que ficam falando de ‘omissão’ são amigos dos terroristas”, defendeu Dino.

As imagens de câmeras de segurança que registravam as laterais, a parte de trás e o lado de dentro do ministério em 8 de janeiro foram apagadas, conforme divulgado pelo site R7.

No entanto, a Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do 8 de janeiro recebeu o ofício do ministro Dino, de 28 de julho, no qual nega o envio das imagens alegando que elas estavam sob “investigação criminal”. A reiterada negativa continuou, após série de pedidos de adiamento, de cobranças de parlamentares, da entrega do conteúdo de apenas duas câmeras voltadas ao exterior frontal do prédio e de seu saguão e até consulta ao ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), que referendou a demanda do colegiado.

A CPMI chegou a solicitar as imagens diretamente para o governo federal. Contudo, o ministro Flávio Dino disse que só poderia fornecer o material com a autorização do STF. O argumento foi que o compartilhamento, ainda que sigiloso, poderia comprometer o andamento das investigações em curso.

Após determinação de Moraes, o ministro da Justiça encaminhou à CPMI o conteúdo de apenas duas câmeras, com foco mais voltado para o exterior do prédio. Estima-se que existam ao menos 30 câmeras no prédio da pasta.