O que fazer quando um animal te morde? bactéria Globicatella

1 year ago
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Mordeduras de animais

Essa semana eu postei no meu insta um artigo que fala a respeito de uma nova espécie de bactéria descoberta como causadora de uma infecção em partes moles de um homem imunocompetente após ter sofrido uma mordedura de uma gato doméstico : Globicatella .

Estes acidentes ocorrem com uma certa frequência no dia a dia do infectologistas. Os cães e gatos são os animais domésticos mais frequentemente envolvidos nestes acidentes, porém outros também podem acontecer como equinos, bovinos e animais silvestres, principalmente com trabalhadores destas áreas como médicos veterinários, biólogos e tratadores.

Algumas medidas devem ser adotadas para minimizar o risco de complicações.

Primeiro de tudo, se você sofreu uma mordedura não machuque o animal em questão. Cães e gatos devem ser observados por 10 dias a respeito de sinais clínicos para descartar uma possibilidade de raiva, que é uma zoonose com letalidade de 100 por cento e que a profilaxia frequentemente é realizada.
Em outros animais os, principalmente os silvestres não existe esse tempo de observação definido, assim a realização da profilaxia torna-se mandatória.
Sempre que possível, identificar o animal e protege-lo para observação.

Segundo passo, lavar a ferida com água corrente e sabão. Evitar produtos abrasivos que possam piorar os danos. Mordedura de cães geralmente causam mais esmagaduras de tecidos, podendo comprometer músculos, tendões e vasos sanguíneos por seus dentes serem rombos. Já os gatos têm dente mais puntiformes, causando feridas mais profundas, porém sem esmagamentos podendo gerar complicações mais tardias.

Se a ferida estiver com hemorragia intensa, aplicar compressão com gaze e se possível elevar o membro.

Após esses passos iniciais o ideal é que um atendimento médico seja realizado. A limpeza intensa da ferida deve ser realizada, e desbridamento de tecidos desvitalizados, com sinais de necrose devem ser realizados se necessário. Contensão de hemorragias e avaliação da necessidade de sutura e outros procedimentos mais invasivos.

Sinais clínicos de infecções devem ser observados como eritema, edema e presença de secreção purulenta. Estes não costumam ocorrer agudamente e o ideal é que antes do início dos antibióticos, culturas sejam coletadas.

Avaliação da necessidade de profilaxia para raiva e tétano é fundamental e outras possíveis zoonoses dependendo da espécie envolvida.

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DRA. RENATA BERANGER
MÉDICA INFECTOLOGISTA
CRM 52.71730-4
RQE 36746

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