O Parto do Brasil _Um Pandemônio em Lisboa_1808

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Épicos da História do Brasil recontados sem infantilismos.

Um Pandemônio em Lisboa

Às altas horas daquela noite, em meio a um chuvisco intermitente, um séquito de carruagens carregando militares e oficiais da armada entraram em carreira desembalada pelo Palácio de Queluz, deixando sentinelas desconcertadas e todos em polvorosa. Dos carros da frente desce uma comitiva do Almirantado conjunto luso-britânico que apressadamente dirige-se aos aposentados do Príncipe Regente, guiados por criados assustados sem saber exatamente o que fazer, apenas indicavam o caminho através daqueles corredores e salões luxuosos e suntuosos.

Não se deram ao trabalho de serem anunciados, entrando porta a dentro esbaforidos no quarto real, causando alarido geral, o que fez o Príncipe Dom João dar um saldo da cama pálido e decomposto, apenas em camisola de dormir. Foram direto ao assunto sem mais tardar, dizendo:

_ Alteza, há chegado a hora. As tropas de Junot acabam de cruzar a fronteira espanhola e avançam a todo o passo para Lisboa. Em 24 horas, todos devem estar embarcados e rumo ao Rio de Janeiro. Não há mais tempo a perder. A frota conjunta bloqueou a foz do Tejo, os fuzileiros de sua majestade cercaram a cidade, o destino de sua real Família está selado, ninguém entra ou sai de Lisboa.