‘O Foro de São Paulo é um avanço feroz contra os inimigos políticos’; o socialismo na América Latina

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O Foro de São Paulo é um avanço feroz contra os inimigos políticos’; o socialismo na América Latina

A seguir, os principais trechos da entrevista.
Durante as eleições, muito se falou que o Foro de São Paulo não passava de um “discurso”. Agora estamos testemunhando a 26ª reunião do Foro, em Brasília. Afinal, o “discurso” caiu?

O Foro de São Paulo é o principal meio de ação da esquerda latino-americana em mais de 30 anos. O próprio presidente Lula declarou, no aniversário de 15 anos do FSP, em 2005, que o Foro havia sido determinante para que a esquerda chegasse ao poder em todo o continente. Para além do discurso, temos o caso de 2008. Na época, após a morte de Raul Reyes (número 2 das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia), Hugo Chávez declarou que o conhecera junto de Lula em uma reunião do FSP, em El Salvador, no ano de 1995. Ali o venezuelano passou a ser apadrinhado por Fidel Castro. Na ocasião, as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia já eram conhecidas pelo envolvimento com o tráfico internacional de drogas e com sequestros em níveis quase industriais. Reyes estava longe de ser apenas um agente de “discursos”.

Como a imprensa, de maneira geral, trata do assunto?

Ao longo destes trinta anos, existe um roteiro para o tratamento do FSP, que defino na seguinte ordem: passo 1: O Foro de São Paulo não existe, isto é teoria da conspiração; passo 2: O Foro de São Paulo não é nada do que dizem, é somente uma reunião de velhinhos saudosistas das ideias socialistas da época da Guerra Fria; passo 3: O Foro de São Paulo existe, mas ele não é uma ameaça à democracia, é somente um fórum de debates de ideias da esquerda; e passo 4: O grande problema do Foro de São Paulo é que ele existe, mas não com o poder que lhe é conferido. É tão-somente utilizado como uma ferramenta de discurso político eleitoral, tornando este grupo em uma ferramenta a ser explorada pela direita em todo o continente.

O que é o FSP, e como a organização atua no cenário geopolítico da América Latina?

O FSP é, em suma, uma organização de diversos partidos revolucionários de esquerda da América Latina. Note, é importante diferenciarmos o que a maioria das pessoas entende por partido político daquilo que os revolucionários chamam de partido. Os partidos democráticos, em geral, atuam na formulação de pautas e regras de existência baseadas em leis nacionais e no respeito ao “Estado Democrático de Direito”. Respeitam a alternância de poder e entendem as diferenças políticas como parte do jogo, que deve passar por escrutínio da população por meio de eleições, em que escolhem seus representantes em diversas esferas do poder público para reger os rumos da nação. Os partidos revolucionários que compõem o FSP, mais necessariamente os comunistas e socialistas, enxergam a política como uma extensão da guerra revolucionária. Aqui, cada um faz parte de uma unidade supranacional que deve cooperar mutuamente para a tomada do poder. Em geral, seus adversários não são tão-somente derrotados eleitoralmente, mas precisam ser eliminados do debate público. Se os meios forem propícios, devem ser expurgados da existência. Exemplos não faltam: Cuba, Nicarágua, Venezuela, Bolívia e Argentina. Além de tentativas como as do Brasil.

Nicolás Maduro, o ditador da Venezuela, assim como outros ditadores comunistas da América Latina, marcarão presença em Brasília?

A visita de Maduro ao Brasil em maio passado gerou uma comoção muito grande na população e na mídia, mas não creio que o suficiente para impedir uma nova visita do ditador da Venezuela ao Brasil. O que provavelmente deve colocar ressalvas na participação presencial de Maduro será a fragilidade nas relações com outros países fora do eixo do FSP, como Paraguai e Uruguai, que precisam aderir a pautas impositivas do Foro para a integração do continente sob sua tutela, como a reativação da União de Nações Sul-Americanas [Unasul], cuja finalidade é criar uma espécie de União Europeia no continente. Na reunião passada, no dia seguinte à chegada de Maduro ao Brasil, a sua presença na reunião gerou protestos e contestação de chefes de Estado contrários à participação das ditaduras, sendo o principal exemplo o presidente do Uruguai, Luis Lacalle Pou.

Fote: revista Oeste

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