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Bomba na Economia ? André Nóbrega e Alexandre Zibenberg - Abril/2022
A operação militar desencadeada pela Rússia na Ucrânia começou em 24 de fevereiro de 2022. Em resposta, os Estados Unidos impuseram severas sanções monetárias e econômicas ao país agressor. Com isso, acionava-se, mais uma vez, o principal artefato militar desenvolvido pelos EUA no século XXI: a “bomba dólar."
Trata-se de nova arma capaz de promover a ampla desconexão de um país do sistema financeiro internacional. Os EUA podem colocá-la em movimento sem precisar da cooperação de aliados, mobilizando para isso apenas algumas dezenas de funcionários de seu de seu Departamento do Tesouro. Essas equipes, por sua vez, usam a centralidade do sistema financeiro americano e a regulação financeira em vigor ao redor do mundo para conscrever as instituições que operam nesse setor. A bomba dólar foi bem-sucedida todas as vezes em que foi acionada, porém sua aplicação até agora havia se restringido a um número pequeno de economias, todas de menor porte e pouco expostas ao sistema financeiro internacional.
A bomba dólar apresenta uma característica singular como artefato bélico. É impossível que outras potências – aliadas ou inimigas – consigam replicá-la. Difere, assim, das duas principais inovações militares do século XX – a bomba atômica americana e o Sputnik russo. Ambas puderam ser emuladas pela potência rival em alguns poucos anos.
A exclusividade dos EUA sobre a bomba dólar não decorre de inovações materiais, mas advém da militarização do poder proveniente do papel central que sua moeda desempenha no sistema global. Trata-se de um diferencial institucional que foi construído pelos EUA ao longo dos últimos cem anos. Na prática, os outros países não têm condições objetivas para promover, com o uso da sua moeda, a substituição do papel global desempenhado pelo dólar.
A centralidade da moeda americana decorre do fato de todos os atores econômicos relevantes, não importa o país em que residam, precisarem administrar um fluxo de caixa nessa unidade de conta. O dólar denomina muitas de suas obrigações relevantes e recorrentes de pagamentos, que, pelos riscos envolvidos, necessitam estar “casadas” (hedgeadas) com receitas futuras ou ativos, que também estejam nessa mesma moeda.
A aplicação da bomba dólar contra a Rússia apresenta diferenças na sua aplicação com relação às experiências que a antecederam. Até então, essa arma havia sido sempre aplicada de forma escalonada, procurando gerar uma asfixia crescente da economia do adversário. Entretanto, no caso da Rússia, medidas de grande impacto sistêmico foram impostas desde o início. Seu banco central foi sancionado e US$ 300 bilhões do total de US$ 640 bilhões das reservas internacionais do país foram congelados. Entretanto, a despeito dessas medidas extremas, os EUA mantiveram em operação vários dutos financeiros da Rússia com o exterior.
Na verdade, a Rússia é muito mais integrada ao mundo global em termos comerciais, financeiros e industriais do que os países que até então haviam sido alvo da bomba dólar. E, para surpresa de muitos e diferentemente do que aconteceu com outros países que também foram alvo da bomba dólar, os russos conseguiram reverter rapidamente a queda do rublo.
Outra diferença marcante da aplicação da bomba dólar à Rússia são suas implicações geopolíticas. O país possui um exército considerável no cenário europeu e conta com o segundo maior poderio atômico do mundo. Ademais, trata-se de um país que vem abertamente desafiando a ordem global imposta pelos americanos, pelo menos desde o discurso de Putin em Munique em 2007 em que denunciou a unipolaridade dos EUA e a expansão da Otan.
Os dirigentes americanos também vêm, há algum tempo, manifestando sua insatisfação com relação à ordem global, que teria permitido o fortalecimento de potências rivais, como a Rússia e particularmente a China. Estes países estariam adquirindo condições de se antagonizar com o hegemon.
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