Trens na curva da serpente de aço, em Guaraúna/PR

2 years ago

🇧🇷 Por que tantas curvas ? Este trecho sinuoso da Ferrovia Itararé-Uruguai, ou ferrovia São Paulo - Rio Grande, na região de Guaraúna, distrito de Teixeira Soares, no Paraná, é cheio de histórias e questionamentos, que vão muito além desta sequência de curvas, e da corrupção relatada na construção da mesma.

Em resumo da história, a Brazil Railway Company receberia da União, o valor de 30 contos de réis por quilômetro construído (em uma conversão hipotética R$ 3,7 milhões nos dias atuais), 15 KM (Sim, 15 quilômetros) de terras de cada lado da ferrovia, além de Juros de 6% ao ano sobre todo o capital investido na ferrovia. Daí lógico, o negócio era alongar o trajeto ao máximo possível, com muitas curvas desnecessárias, economizando na construção de pontes, aterros e túneis. Um ótimo negócio.

Também por estas curvas, em outubro de 1909, passou o "Trem Pagador", um comboio que partiu de Ponta Grossa/PR com destino a Herval do Oeste/SC. Este era um trem carregado de dinheiro destinado ao pagamento das empreiteiras que participavam da construção da ferrovia, e que foi assaltado próximo do KM 150, na localidade de Pinheiro Preto/SC. De acordo com historiadores, o valor correspondia a 375 contos e 300 réis, cerca de 15% da arrecadação anual do Estado de Santa Catarina (em uma conversão hipotética de R$ 46 milhões).

E toda esta história somada, não poderia terminar bem. Com o término da construção da ferrovia a partir de 1910, a Brazil Railway Company deixou de cumprir a sua parte de levar pelo menos 4000 trabalhadores para seus lares Brasil afora. Todo este pessoal perambulando pela região, juntamente com nativos que também foram demitidos com o término das obras, e um conjunto de posseiros revoltados que perderam suas terras com a desapropriação da faixa de 30 quilômetros da ferrovia, criaram o estopim do que veio a ser a “Guerra do Contestado”, conflito armado que ocorreu entre 1912 e 1916. Mas esta é uma longa história.

Nesta ferrovia cheia de história, ainda se mantém um trecho operacional com trens tão cheios de riqueza como o famoso “Trem Pagador”. Neste vídeo, registramos a passagem de dois trens, serpenteando nas curvas da ferrovia. No sentido importação, temos um trem com carga de fertilizantes, cimento e vagões vazios com destino a Ferroeste, em Cascavel. No sentido contrário, trem com contêineres carregados com frango congelado para exportação.

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