A voz do povo é mesmo a voz de Deus?

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Em tempos passados, aqui no Ocidente, diversos países foram governados por monarcas que, em maior ou menor grau, possuíam o poder de governar seus súditos de forma absoluta. Tal prática durou séculos - talvez até milênios, - e muitos teóricos formularam, ao redor do absolutismo, a teoria do “direito divino” que monarcas possuiriam - ou, em outras palavras: o rei teria poder para governar um país porque essa era a vontade de Deus, e tal poder não poderia ser questionado, sem que isso representasse, efetivamente, um grave pecado.

Conforme as monarquias ocidentais foram sendo derrubadas, ou perdendo seu caráter de governo, a noção do “direito divino” foi sendo deixada de lado, e a vontade de Deus foi substituída por algo muito menos metafísico e mais compreensível: a vontade do povo. Na democracia, temos o governo da maioria, que é regularmente consultada para que se defina o futuro de um país. Hoje em dia, já é comum ouvirmos que “a voz do povo é a voz de Deus”, um ditado popular que cristaliza a migração do direito divino para o direito popular. Mas será que, como diz o provérbio latino, “vox populi, vox Dei”?

#eleições #democracia #monarquia