Gaurama - RS

2 years ago
88

A história da Estação Barro, atual município de Gaurama, têm estreita relação com a ferrovia São Paulo – Rio Grande. Nos primeiros anos do século XX, no entorno dos caminhos de ferro e de sua estação, nasceu a Colônia Barro, que durante cerca de quatro décadas centralizou a movimentação de migrantes e imigrantes atraídos por duas formas de colonização, que faziam a comercialização de terras: a Comissão de Terras e a Empresa Colonizadora Luce Rosa.

Em 1908 foi criada a Colônia Erechim pelo governo positivista de então, - a qual pertenceu Barro – justamente para organizar a venda de lotes rurais, já que a ferrovia surgia como grande possibilidade de transporte de imigrantes. No espaço coberto de matas no norte do Rio Grande do Sul, a partir de então, iniciam-se trajetórias históricas de ocupação e exploração, de vivências várias, coordenadas pela chegada e partida dos trens.

Em princípios de 1953, o distrito de Gaurama possuía 8.489 habitantes e duas indústrias frigoríficas de abrangência regional. Em 29 de março daquele ano, a Comissão Provisória, constituída para iniciar o processo de reivindicação da emancipação, definiu sua direção executiva e diversas comissões. A verificação dos nomes que comporiam tais comissões demonstra seu caráter multipartidário, tendo sido, até melhor juízo, o único momento da história de Barro-Gaurama em que uma ação política configurou-se dessa forma, mesmo que alguns membros de agremiações não tivessem apoiado o acordo entre os partidos.

Na década de 1950, dos distritos de Erechim, Gaurama era, individualmente, o maior produtor de trigo, cevada, milho e feijão. Além dos frigoríficos, exportava vinho, farinha de trigo e milho, e seus subprodutos, cereais e madeiras beneficiadas. A realidade econômica daquele período enquadrava-se no modelo histórico rio-grandense, que compunha “[...] uma economia regional com linhas próprias, cujo centro nevrálgico repousava nas atividades agropecuárias conectas às atividades fabris e exportadoras”.

Em outubro de 1953, a publicação e distribuição de um “Manifesto” da Comissão de Emancipação de Gaurama refletiu, no seu conteúdo, o ambiente político daquele momento, conclamando ao voto e assegurando que não haveria perseguições aos que votassem pelo “sim”.

Os meses de novembro e dezembro de 1953 seguiram com farpas políticas em apedidos na imprensa, com derradeiras tentativas de Mandelli Filho no sentido de evitar o plebiscito, como a interposição de recurso junto ao Tribunal de Justiça, arguindo a inconstitucionalidade da lei que orientava as emancipações.

O plebiscito foi realizado em 20 de dezembro de 1953, com maioria de votos sendo a favor da emancipação; em Severiano de Almeida e Áurea, a maior parte dos votos foi contra. Dado interessante é que, na sede do Distrito, nas seis primeiras secções eleitorais, houve 1.007 votos favoráveis e apenas um contra:

A eleição abrangeu os distritos de Gaurama, Três Arroios, Áurea, Severiano de Almeida e Carlos Gomes; no total, foram 2.310 votos pela emancipação e 1.431 contrários.

https://gaurama.rs.gov.br/site/historia

Loading comments...