Min Ciência e Saúde fazem parceria para conectar o SUS no Brasil criando o prontuário eletrônico
Ministérios da Saúde e da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações firmam cooperação dentro do Plano de Internet das Coisas para formular projetos na área da saúde
Aliar a tecnologia na solução de problemas da saúde é o intuito do Governo Federal para os próximos anos. Por isso, os Ministérios da Saúde e da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC) lançaram, nesta quinta-feira (30), a Câmara da Saúde 4.0, ambiente de discussões entre membros de instituições públicas e privadas para formular ideias de projetos que possam ajudar, no futuro, a saúde brasileira alinhado a estratégia da saúde digital para o Brasil, que já vem sendo construída por meio do Programa Conecte SUS.
O anúncio foi feito pelos ministros da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, e o ministro do MCTIC, Marcos Pontes, em Brasília (DF), durante assinatura do Acordo de Cooperação Técnica (ACT) para criação da Câmara da Saúde 4.0. Esta é a quarta Câmara de discussões criada pelo Governo Federal. As outras três abordaram temas das áreas da indústria, agronegócios e infraestrutura (cidades inteligentes).
O projeto faz parte das ações previstas no Plano Nacional de Internet das Coisas (IoT), lançado pelo MCTIC em 2019. O plano se se trata de uma revolução tecnológica com objetivo de conectar dos dispositivos utilizados no dia-a-dia à internet. A ideia é implementar e desenvolver a Internet das Coisas no Brasil, com base na livre concorrência e circulação de dados, observadas as diretrizes de segurança da informação, privacidade e proteção de dados pessoais.
O ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, lembrou que o Ministério já iniciou um projeto na concepção da Câmara da Saúde 4.0 – o Programa Conecte SUS. “A Câmara é onde todo setor irá dialogar entre todas as instituições públicas e privadas para soluções digitais para saúde”, pontuou. Mandetta explicou que o projeto irá iniciar com cinco dados básicos de todos os brasileiros, que são: a consulta na atenção primária, o resumo da atenção hospitalar, medicamentos entregues, exames laboratoriais e as vacinas.
“Com esses cinco dados estamos fazendo um pequeno chassi de um carro. E depois disso iremos acoplando outras inúmeras informações dos pacientes que serão necessários para construirmos essa enorme magnitude de sistema para conectar os nossos 215 milhões de habitantes e não deixar ninguém para trás”, destacou o ministro da Saúde.
COMO VAI FUNCIONAR
A área da saúde é um dos temas prioritários identificados no Plano Nacional de Internet das Coisas, criando as câmaras da Indústria 4.0, Agro 4.0 e Cidades 4.0. A Câmara da Saúde 4.0 será coordenada pelo Ministério da Saúde estimulando a participação de membros das universidades, institutos de ciência e tecnologia, iniciativa privada e demais atores relevantes no cenário da inovação no contexto da saúde nacional, com a participação de estados e municípios.
Uma das aplicações da internet das coisas, por exemplo, permite monitorar os pacientes de maneira remota por meio de dispositivos vestíveis, como roupas e relógios com sensores, e aplicativos de celular. Com o objetivo de identificar alterações com agilidade e diminuir a incidência de doenças graves, os dados coletados podem, em tempo real, alimentar o prontuário eletrônico em hospitais ou clínicas médicas auxiliando na tomada de decisão. A Câmara da Saúde 4.0 tem o prazo de um ano para apresentar trabalhos.
“Os benefícios são inúmeros como a Telemedicina, pois em lugares de vazios assistenciais essa é uma ferramenta fundamental. Esses dados podem servir para pesquisa, para análise de situações e entendimentos sobre coberturas vacinais, enfrentamento de doenças. Será uma ferramenta muito importante. Essa será uma Câmara extremamente participativa para discussões de soluções”, afirmou o ministro da Saúde.
Para o ministro MCTIC, Marcos Pontes, tem que aproveitar esse momento de ligação entre os Ministérios. “Quando se fala de Saúde, temos uma país grande, com locais de difícil acesso e isso através da tecnologia podemos ajudar a levar mais qualidade de vida para as pessoas”, destacou. “Tecnologia está em tudo que a gente olha praticamente. A tecnologia cresce de forma exponencial e isso tem que refletir na qualidade de vida das pessoas e na redução das diferenças. Com uso das tecnologias, teremos uma revolução na área da saúde”, completou Pontes durante o discurso.
O acordo de cooperação técnica entre o MS e MCTIC tem como objetivo trazer a discussão do uso desses dispositivos para melhorar a efetividade da assistência à saúde por meio do monitoramento contínuo dos pacientes e da adoção de soluções de IoT; aumentar a celeridade e eficácia na vigilância epidemiológica e eventuais riscos à saúde, promover a conectividade visando à integração do Sistema Único de Saúde (SUS).
Por Bruno Cassiano, da Agência Saúde, com informações do MCTIC
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