O Jogo da Amarelinha e o Jogo da Gansa

2 years ago
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O Jogo da Amarelinha e o Jogo da Gansa de Gérard de Sorval

Diversas são as tradições espirituais que descrevem toda a complexidade da vida como sendo uma grande uma dança ou um jogo, representações lúdicas de todo o processo cosmológico (criação do mundo) e escatológico (relacionado ao retorno a origem). A milenar tradição hindu costuma falar de Krishna (um de seus avatares) como um brincalhão e Shiva (3º Deus da Trindade Hindu) como um dançarino, e todo o universo como sendo uma grande Leela, uma grande Dança, um grande Jogo sagrado.

Participar de uma brincadeira, um esporte, uma dança, ou um jogo, é uma forma de esquecer as responsabilidades relacionadas ao dia a dia e uma maneira de acessar uma linguagem lúdica, imaginativa, tão comum às crianças; mas, para além disso, participar de um jogo tradicional como O Jogo da Gansa e O Jogo da Amarelinha, é também um jeito de divertir-se, como a própria etimologia da palavra nos indica: divertir, do latim Divertere, Dis: de “para o lado”, e Vertere: de “virar”, significando então “voltar-se para um outro lado”, “voltar para um lado diferente”, nos remetendo a inversão do fluxo dos desejos e dos sentidos cognitivos para o lado interior de si, mudança essa absolutamente necessária para aqueles que desejam entrar na Via da Realização Espiritual, na Senda interior de um verdadeiro Autoconhecimento cujo primeiro passo é representado, no Jogo da Gansa, pela carta “A Caça ao Cervo”, representação do despertar do novo desejo: o desejo celestial.

Quando jogamos, acompanhamos os mesmos passos dados pelos grandes homens e mulheres das gerações anteriores que trilharam e realizaram o Grande Caminho do retorno pleno à Origem divina.
Gerard de Sorval é um historiador, filósofo e poeta francês contemporâneo.

Boa leitura e bom jogo.

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