#76 Software edita imagens usando apenas controle da mente 29/06/22

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Em breve, não precisaremos usar a função Ajuda. O computador perceberá que temos um problema e virá em socorro por si mesmo. Esta é uma das possíveis implicações de novas pesquisas na Universidade de Copenhague e na Universidade de Helsinque.

“Podemos fazer um computador editar imagens inteiramente com base em pensamentos gerados por seres humanos. O computador não tem absolutamente nenhuma informação prévia sobre quais recursos ele deve editar ou como. Ninguém nunca fez isso antes”, diz o professor associado Tuukka Ruotsalo, do Departamento de Ciência da Computação da Universidade de Copenhague.

No estudo, 30 participantes foram equipados com capuzes contendo eletrodos que mapeiam os sinais elétricos do cérebro. Todos os participantes receberam as mesmas 200 imagens faciais diferentes para olhar. Além disso, eles receberam uma série de tarefas, como procurar rostos femininos, procurar pessoas mais velhas, procurar cabelos loiros etc.

Os participantes não realizariam nenhuma ação, apenas olhariam brevemente para as imagens – 0,5 segundo para cada imagem. Com base em sua atividade cerebral, a máquina primeiro mapeia a preferência dada e depois edita as imagens de acordo. Assim, se a tarefa fosse procurar pessoas mais velhas, o computador modificaria os retratos das pessoas mais jovens, fazendo-as parecer mais velhas. E se a tarefa fosse procurar uma determinada cor de cabelo, todos obteriam essa cor.

“Notavelmente, o computador não tinha conhecimento de reconhecimento de rosto e não fazia ideia sobre sexo, cor do cabelo ou quaisquer outros recursos relevantes. Ainda assim, ele apenas editou o recurso em questão, deixando outras características faciais inalteradas”, comenta o estudante de doutorado Keith Davis, da Universidade de Helsinque.

Alguns podem argumentar que já existem muitos softwares capazes de manipular características faciais.

Mas, todo o software existente foi previamente treinado com entrada rotulada. Então, se você quer um aplicativo que pode fazer as pessoas parecerem mais velhas, você alimenta milhares de retratos e diz ao computador quais são jovens e quais são velhos. Aqui, a atividade cerebral dos sujeitos foi a única entrada. Este é um paradigma totalmente novo em inteligência artificial – usando o cérebro humano diretamente como fonte de entrada.

Uma possível aplicação poderia ser na medicina:

“Os médicos já usam a inteligência artificial na interpretação de imagens digitalizadas. No entanto, erros acontecem. Afinal, os médicos são assistidos apenas pelas imagens, mas são eles que tomam as decisões. Talvez certos recursos nas imagens sejam mais frequentemente mal interpretados do que outros. Esses padrões podem ser descobertos por meio de uma aplicação de nossa pesquisa”, diz o professor Tuukka.

Outra aplicação poderia ser a assistência a certos grupos de pessoas com deficiência, por exemplo, permitir que uma pessoa paralisada opere seu computador.

“No entanto, esse não é o foco de nossa pesquisa. Temos um escopo amplo, buscando melhorar o aprendizado de máquina em geral. A gama de aplicações possíveis será ampla. Por exemplo, daqui a 10 ou 20 anos talvez não precisemos usar o mouse ou digitar comandos para operar nosso computador. Talvez possamos usar o controle mental!”

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