A mágica das estatísticas em ano eleitoral

2 years ago
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Uma notícia recente, veiculada pelo site Carta Capital - sim, aquele antro esquerdista que sofreu bastante com a saída do PT do poder, vendo suas cotas de patrocínios generosamente compradas por empresas amigas do Molusco desabarem, - bem, uma das notícias me chamou bastante a atenção. Não pelo seu conteúdo em si, mas pela evidente apelação contida em seu título: “38% dos eleitores de Ciro podem votar em Lula para a eleição acabar no 1º turno”. E eu já vou explicar esse meu ponto. O fato, porém, é que as pesquisas eleitorais, mais do que qualquer outra coisa, escancaram uma realidade que é facilmente observável, mesmo em outros contextos: estatísticas são uma arma na mão dos governos e da grande mídia aliada, cujo objetivo maior não é, em absoluto, informar - mas sim, influenciar opiniões e ações da população em geral.

Uma frase, atribuída a um sem-número de pessoas, diz que “estatística é a arte de torturar os números até que eles confessem”. E isso é bastante real, especialmente em se tratando de estudos estatísticos envolvendo política ou qualquer outro interesse estatal. No caso que eu citei no início deste vídeo (a tal notícia sobre os eleitores do Ciro Gomes) a coisa fica bastante evidente. Quando vemos um número como “38%” em grande destaque numa notícia, tendemos a acreditar que ele, de fato, representa muita coisa. Neste caso específico, porém, ele não representa tanto assim. Na verdade, ele é, inclusive, bastante irrelevante - e eu explico.

A notícia diz que 38% dos eleitores de Ciro Gomes estariam dispostos a trocar seu voto, migrando para o eleitorado do Lula, se isso resolvesse a eleição ainda no primeiro turno. Pois bem, o fato é que o eleitorado de Ciro Gomes representa apenas 7% das intenções de voto, segundo essa própria notícia. Então, estamos falando de 38% dos eleitores, num universo de 7% das intenções de voto. E sim, fazer conta de percentual sobre percentual não é algo tão intuitivo assim, mas vou tentar simplificar a coisa: basicamente, basta dizer que, ao multiplicarmos 7% por 38%, chegamos ao valor de 2,67% do total de votantes. Ou melhor, do total dos que responderam a essa pesquisa.

Perceba, então, que os 38% colocados em grande destaque no título da reportagem se referem, apenas, a menos de 3% do total dos entrevistados. Mas colocar algo como “2,67% dos eleitores deixariam de votar no Ciro para que Lula ganhe no primeiro turno” não seria tão apelativo, não é mesmo? E, posto que essas pesquisas são respondidas por, geralmente, mil pessoas, estamos falando de menos de 30 indivíduos que afirmaram deixar de votar no Cirão da Massa pra eleger o Molusco. Pense que uma realista chamada, como “Duas dúzias de gatos pingados afirmam que deixariam de votar no Coroné para votar no Ex-Presidiário para que este vença no primeiro turno”, não causaria tanto impacto, não é mesmo?

#estatística #cirogomes #lula

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