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Poesia que Pensa − "AS MÃOS NEGATIVAS", curta-metragem de MARGUERITE DURAS
INDICAÇÕES DE LEITURA:
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2) Obra poética, Yves Bonnefoy: volume II.
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3) Ariel, Sylvia Plath.
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4) Cristal, Paul Celan.
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5) Poemas, Wislawa Szymborska.
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6) Poesia Completa, Mario de Sa-Carneiro.
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7) O tempo adiado e outros poemas, Ingeborg Bachmann.
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8) Elos líricos: poemas e prosa a grandes poetas, Marina Tsvetáeva.
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***
Neste vídeo é apresentado o curta-metragem AS MÃOS NEGATIVAS (Les mains négatives) dirigido por MARGUERITE DURAS em 1979.
INTRODUÇÃO:
Chamam-se "mãos negativas” as pinturas de mãos encontradas nas grutas magdalenienses da Europa Sul-Atlântica. O contorno dessas mãos – espalmadas sobre a pedra – era recoberto de cor. O mais frequentemente de azul, de preto. Às vezes, de vermelho. Nenhuma explicação foi encontrada ainda para esta prática.
AS MÃOS NEGATIVAS
Diante do oceano
sob a falésia
sobre a parede de granito
essas mãos
abertas
Azuis
E pretas
Do azul da água
Do preto da noite
O homem veio sozinho na gruta
de frente para o oceano
Todas as mãos têm o mesmo tamanho
ele estava sozinho
O homem sozinho na gruta olhou
no barulho
no barulho do mar
a imensidão das coisas
E ele gritou
Tu que tens um nome e uma identidade eu
te amo
Essas mãos
do azul da água
do preto do céu
Planas
Colocadas divididas sobre o granito cinza
Para que alguém as visse
Eu sou aquele que chama
Eu sou aquele que chamava que gritava há trinta
mil anos
Eu te amo
Eu grito que eu quero te amar, eu te amo
Eu amarei quem quer que escute o meu grito
Sobre a terra vazia ficarão essas mãos sobre a parede de
granito de frente para o fragor do oceano
Insustentável
Ninguém escutará mais
Ninguém verá
Trinta mil anos
Estas mãos, pretas
A refração da luz sobre o mar faz tremer
a parede da pedra
Eu sou alguém eu sou aquele que chamava que
gritava nessa luz branca
O desejo
a palavra ainda não foi inventada
Ele olhou a imensidão das coisas no fragor
das ondas, a imensidão de sua força
e depois gritou
Acima dele as florestas da Europa,
sem fim
Ele se segurou no centro da pedra
dos corredores
das vias de pedra
de todas as partes
Tu que tens um nome e uma identidade eu
te amo com um amor indefinido
Seria necessário descer a falésia
vencer o medo
O vento sopra do continente ele empurra
o oceano
As ondas lutam contra o vento
Elas avançam
abrandadas por sua força
e pacientemente alcançam
a parede
Tudo se esmaga
Eu te amo mais longe do que tu
Eu amarei quem quer que escutará que eu grito que eu
te amo
Trinta mil anos
Eu chamo
Eu chamo aquele que me responder
Eu quero te amar eu te amo
Há trinta mil anos eu grito em frente ao mar o
espectro branco
Eu sou aquele que gritava que te amava, tu
Tradução: Érica Zíngano e Marcela Vieira.
MARGUERITE DONNADIEU (1914 - 1996), conhecida pelo pseudônimo literário MARGUERITE DURAS, foi uma escritora, poetisa, roteirista e diretora de cinema francesa. Conhecida sobretudo pela sua obra maior, O Amante (1984), foi uma das vozes femininas mais famosas da literatura do seu tempo.
Poesia que Pensa − AS MÃOS NEGATIVAS, curta-metragem de MARGUERITE DURAS
***
O Canal Poesia que Pensa é dedicado à literatura moderna e contemporânea (com ênfase nos grandes nomes da poesia ocidental. Nele, leio trechos de poemas e outras peças literárias que dizem respeito, direta ou indiretamente, à condição de crise que todos vivemos hoje assim como aos seus efeitos e consequências em nossas mentes e corações.
***
Meu nome é JORGE LUCIO DE CAMPOS. Sou ensaísta, poeta e professor de Filosofia e Artes da UERJ. Possuo atualmente os seguintes canais no YouTube: 1) Poesia, Pensamento e cotidiano; 2) Rock Progressivo e Experiência Estética; 3) Rock Psicodélico e Experiência Underground; 4) Sofocine: Filosofia e Cinema; 5) A Arte e o Século XX; 6) A Máquina do Mundo; e 7) Theatrum Philosophicum: Filosofia e YouTube.
Links:
POESIA QUE PENSA
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ROCK PROGRESSIVO E EXPERIÊNCIA ESTÉTICA
https://cutt.ly/CanalRockProgressivoeExperienciaEstetica
SOFOCINE: FILOSOFIA E CINEMA
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A ARTE E O SÉCULO XX
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A MÁQUINA DO MUNDO
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