Canto da Sabiá Barranco

2 years ago
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Sabiá-barranco
O sabiá-barranco é o sabiá mais comum do interior do Brasil, especialmente em regiões de cerrado. Também chamado de sabiá-barranqueira, capoeirão, sabiá-de-cabeça-cinza, sabiá-fogueteiro, sabiá-branco, e sabiá-pardo. É uma ave passeriforme da família Turdidae, um pouco menor do que o sabiá-da-mata e o sabiá-laranjeira. Pode ser confundido com o sabiá-poca. Espécie semiflorestal. Vive à beira de matas, parques, matas de galeria, coqueirais e cafezais.
Nome Científico
Seu nome científico significa: do (latim) Turdus = Tordo; e do (grego) leukos = branco; e melas = preto, leukomelas = mistura de branco e preto ou seja cinzento. ⇒ Tordo cinzento.

Características
O adulto apresenta o alto da cabeça arredondado, acinzentada nos lados e olivácea na parte alta, sem a mácula negra à frente dos olhos. Bico cinza escuro uniforme. O tom acinzentado domina as costas, tornando-se amarronzado nas asas. Peito acinzentado, com a garganta branca e listras cinza escuro bem definidas. Quando voa, às vezes mostra a área alaranjada da parte interna das asas. A parte inferior da cauda é clara.
O juvenil tem o dorso pintalgado de bolas amarronzadas, sem a garganta branca bem delimitada. Pontos marrons no peito e barriga. Mede cerca de 22 a 23 centímetros. Não apresenta dimorfismo sexual, sendo sua diferenciação feita apenas pelo canto, que é característica dos machos.

Subespécies
Possui três subespécies reconhecidas:

Turdus leucomelas leucomelas (Vieillot, 1818) - ocorre no nordeste, sudeste, centro-oeste e sul do Brasil até o Paraguai, no norte da Bolívia e no nordeste da Argentina; no Peru é encontrado na região de San Martín;
Turdus leucomelas albiventer (Spix, 1824) - ocorre do norte da Colômbia até a Venezuela, nas Guianas e no norte do Brasil;
Turdus leucomelas cautor (Wetmore, 1946) - ocorre no nordeste da Colômbia, na península de Guajira.
(IOC World Bird List 2017; Aves Brasil CO 2015; Clements checklist, 2016).

Alimentação
Alimenta-se basicamente de minhocas e artrópodes. Assim como outros sabiás, revira as folhas caídas em busca de pequenos invertebrados e também se alimenta de pequenos frutos. Aprecia os frutos do tapiá ou tanheiro (Alchornea glandulosa). Costuma frequentar comedouros com frutas. Gosta de frutas tropicais, como a banana.

Foi observado na cidade de Jaú-SP um adulto alimentando-se do néctar das flores da paineira-vermelha ou paineira-da-índia (Observação:João Prado). No sudeste e norte do Brasil a espécie já foi avistada se alimentando de lagartixas e cobras-cegas.

Reprodução
Atinge a maturidade sexual aos 12 meses.
Residente, inicia sua reprodução em agosto e estende-a até dezembro. Como outros sabiás, constrói um ninho apoiado em galhos ou forquilhas, às vezes em alpendres e varandas de casas, usando uma mistura de barro, raízes e folhas na parte externa. Forma uma pequena torre e na parte superior fica a tigela funda de material vegetal mais macio. A fêmea choca de 2 a 4 ovos verde-azulados com salpicos pardos, que medem 28 por 20 milímetros e são incubados durante cerca de 12 dias, com os filhotes saindo do ninho em 17 dias. Por um tempo os filhotes costumam utilizar o ninho para dormir após já terem conseguido alçar voo em companhia dos pais. (Observação Pessoal, João de Almeida Prado).
A fêmea retira ou engole os sacos fecais dos filhotes nidícolas [T. Sigrist - Avifauna Brasileira, pg 253].
Costuma ter quatro ninhadas por temporada.

Hábitos
Comum em todas as matas ciliares, matas de galeria, matas secas, cambarazais e cerradões. Utiliza os capões de cerrado e cruza áreas abertas em voos diretos a meia altura. Acostuma-se com ambientes criados pela ação humana, como jardins, pomares e áreas urbanas bem arborizadas. Canta somente na primavera, época em que acasala. Adapta-se a diferentes ambientes e também é muito visto em parques urbanos com muita vegetação.

Vocalização
Sua voz é múltipla, com um canto contínuo, menos forte do que o de sabiá-laranjeira (Turdus rufiventris), composto de motivos relativamente simples, repetidos uma ou duas vezes. Durante o resto do ano só emite vocalizações de alerta, especialmente ao entardecer, quando disputa os melhores poleiros para passar a noite. Costuma ser o pássaro que emite o alerta mais forte em situações de “mobbing”, denunciando às outras aves a presença de um predador ou ameaça em potencial. É o pássaro que mais vocaliza em alerta perante Pulsatrix koeniswaldiana ( Observações pessoais de Henry Miller Alexandre ).

Predadores
Jibóia (//Boa constrictor constrictor//)caburé (Glaucidium brasilianum)
caburé (Glaucidium brasilianum)Cuíca-lanosa (//Caluromys philander//)
Cuíca-lanosa (//Caluromys philander//)Cobra-verde (//Philodryas olfersii//)
Cobra-verde (//Philodryas olfersii//)araçari-banana (Pteroglossus bailloni)
araçari-banana (Pteroglossus bailloni)araçari-poca (Selenidera maculirostris)
araçari-poca (Selenidera maculirostris)
gavião-de-cauda-curta (Buteo brachyurus)
Distribuição Geográfica
Presente no Brasil todo.

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