O PRESIDENTE JACARÉ no Carnaval fora de época

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A escola de samba Rosas de Ouro, de São Paulo, incluiu uma inusitada apresentação em seu recente desfile carnavalesco no Anhembi - a versão paulistana da Sapucaí. Trata-se de uma caricata representação do presidente Bolsonaro, fugindo de uma vacina que, após lhe ser aplicada, o faz transformar-se em um jacaré - numa alusão a um antigo comentário do presidente, quando este mencionou, em claro tom descontraído, que alguém poderia virar um jacaré, se tomasse as novas vacinas. Como não poderia deixar de ser, Bolsonaro “jantou” a escola de samba em questão nas redes sociais - prática que tem se tornado constante, diga-se de passagem, e que pode ser confirmada, muito bem, pela Anitta. Pois então: o Carnaval atrasado chegou ao fim. Para além de piadocas políticas com a profundidade de um pires, o que resta de saldo dessa profana mistura entre sacrilégios, progressismo e lavagem de dinheiro?

Depois de ter sido cancelado em 2021, num devaneio ditatorial de nossos governantes, o Carnaval deste ano foi adiado por quase dois meses mas, no fim das contas, aconteceu - e, por Carnaval, entenda-se os desfiles das escolas de samba do Rio de Janeiro e de São Paulo, uma vez que o calendário de eventos carnavalescos Brasil afora virou uma bagunça tremenda. Começando no dia 16 de abril (ou seja, na noite santa da Vigília da Páscoa), os desfiles seguiram também pelo feriado de Tiradentes, e contaram, também, com outra “homenagem” ao Bolsonaro, para além do “presidente jacaré”: um Bolsonaro homossexual que prometeu ser “bem gay, bichíssima, dando muita pinta”, mas que conseguiu apenas decepcionar e - surpresa das surpresas - ser cancelado pelos próprios progressistas, autofágicos que só.

Você sabe do que se trata os desfiles de Carnaval, não é mesmo? Aquele misto de indecência, depravação, músicas de gosto duvidoso, lacração ideológica e política, jurados e carnavalescos da mais notória nata socialista do país e, é claro, lavagem de dinheiro oriundo de atividades no mínimo suspeitas. E deixo bem claro, aqui, que nada disso, per se, viola a ética libertária: joga no bicho quem quer, desfila quem quer, assiste quem quer. Mas você já me conhece, e sabe que meu ponto, aqui, é o aspecto moral: a moralidade - ou a falta desta - dos desfiles de Carnaval, especialmente dos desfiles deste ano, deslocados temporalmente de antes da Quaresma cristã para depois desta, transferindo o pecado para depois da penitência!

#carnaval #bolsonaro #jacaré