Poema 15 [Pablo Neruda]

Enjoyed this video? Join my Locals community for exclusive content at poesia.locals.com!
2 years ago
20

Podcast:
iTunes https://podcasts.apple.com/br/podcast/poetry/id1446284914?mt=2
Amazon https://www.amazon.com/Poetry/dp/B08K597P4K
Spotify https://open.spotify.com/show/5jvA0f0wxhhf01Hh5UufGa
Tunein https://tunein.com/embed/player/p1427220/
Stitcher https://www.stitcher.com/podcast/poetry-7?refid=stpr
Deezer https://deezer.com/show/2032382
Google https://podcasts.google.com/?feed=aHR0cDovL2ZlZWRzLnNvdW5kY2xvdWQuY29tL3VzZXJzL3NvdW5kY2xvdWQ6dXNlcnM6MjQ2MTM2MjIvc291bmRzLnJzcw

Publicado em 15 de junho de 1924, Vinte Poemas de Amor e Uma Canção Desesperada (Veinte Poemas de Amor y Una Canción Desesperada) é um dos mais emblemáticos livros de #poesia de #PabloNeruda.

Para o chileno John Lionel O´Kuinghttons Rodríguez, “é um dos livros mais celebrados de Neruda, sem dúvida nenhuma”.

Os vinte poemas falam diretamente a um ‘tu’ mediante metáforas e imagens que são familiares para qualquer pessoa. Em espanhol, temos a palavra ‘ensueño’ que significa algo assim como um estado de nostalgia e encanto”, diz, acrescentando que os #poemas provocam precisamente essa sensação, algo de tristeza que não é por acaso. Rodríguez comenta que o próprio Neruda celebrou o estado que provoca a melancolia triste como uma condição propícia para a evocação poética.

Poema 15 [Pablo Neruda]

Gosto quando te calas porque estás como ausente,
e me ouves de longe, minha voz não te toca.
Parece que os olhos tivessem de ti voado
e parece que um beijo te fechara a boca.

Como todas as coisas estão cheias da minha alma
emerge das coisas, cheia da minha alma.
Borboleta de sonho, pareces com minha alma,
e te pareces com a palavra melancolia.

Gosto de ti quando calas e estás como distante.
E estás como que te queixando, borboleta em arrulho.
E me ouves de longe, e a minha voz não te alcança:
Deixa-me que me cale com o silêncio teu.

Deixa-me que te fale também com o teu silêncio
claro como uma lâmpada, simples como um anel.
És como a noite, calada e constelada.
Teu silêncio é de estrela, tão longinqüo e singelo.

Gosto de ti quando calas porque estás como ausente.
Distante e dolorosa como se tivesses morrido.
Uma palavra então, um sorriso bastam.
E eu estou alegre, alegre de que não seja verdade.

Loading comments...