Payada: O amanhã irá chegar!

1 year ago
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Bom dia, bom domingo...
ao modo de uma payada

Olhando o largo dos dias

Olho o horizonte dos dias
numa sucessão bem medonha
o povo honesto sempre apanha
para bancar estas orgias
de magistrados e de melancias
Repasso o que tenho feito
e bate a dor no osso do peito
tento segurar a tal da emoção
para não judiar o pobre coração
mas confesso: não tem jeito

Repasso caminhos já percorridos
pisando nas marcas deixadas
a lo largo, em tantas picadas
em tempos já foram esquecidos
de tantos peregrinos perdidos
- errantes nesta sina de andar
porque, pra viver, não pode parar
É uma sina que judia a alma
e se tem algo que sempre acalma
é a certeza que os iremos derrotar

Olho minhas mãos, estão vazias
- com suas marcas e cicatrizes
e me sinto vivo nestes matizes,
ao ponto de ver rabiscos de poesias
Se a solidão as torna assim frias
seguem prontas para explodir
e se um amigo precisar ou pedir
estarão ao dispor para combater
porque nada poderá deter
o amanhã que há de ressurgir

Se tem algo que me deixa sem noção
nestes tempos assim tão cruéis
é que armaram na porta dos quartéis
a troco de tapinha ou promoção
pra bajular um verme imundo e ladrão
entregaram os incautos patriotas
para o festim macabro dos idiotas
que se comprazem da dor alheia
Essa é a dor que me permeia
no nojo que tenho desta patota

Quantas lágrimas já chorei
pelos presos assim injustamente,
vão destruindo a vida desta gente
- como se estivessem acima da lei,
despóticos, se sentem o próprio rei
por cima da carne seca, se diz
doutos, se portam feito meretriz
em mórbido e macabro festim:
- já está desenhado o seu fim:
NÃO escaparão do ÚNICO juiz

Que ditará a sentença verdadeira
sem nada de ódio ou ressentimento,
terão apenas o real julgamento
pelos crimes da vida inteira!
Haverá clamores e choradeira
mas, enfim, será tarde demais
e estes que na vida foram chacais
verão que sua arrogância terrena
vai lhes servir pra aumentar a pena
no fogo eterno reservado aos vestais

Não sou movido pelo rancor,
mas tenho o meu modo de ver
e consigo com clareza defender
o meu conceito de vida e amor:
quem semeia ódio, colhe a dor!
Se pudesse passava eles nos tentos
porque esta cambada de lazarentos
não merece dó nem piedade:
se comprazem com a maldade
tendo prazer ao impor tormentos

São meses de privação e angústia
numa sucessão de invencionices
que desnuda a real parvoíce
desta tropa, verdadeira súcia
que se vangloria da torpe astúcia
de serem do diabo os seus aliados
- mas ele não pode perdoar pecados,
e fica iludindo os deuses terrenos
que néscios, mesquinhos e pequenos
não se dão conta: já estão condenados

O que dizer da fala de um ministro
defensor de terrorista e assassino
que em um verdadeiro desatino
desandou a confessar algo sinistro
- ele que nunca foi bem-quisto
quis se vangloriar pelo mal feito,
flagrado tentou corrigir, sem jeito:
assumiu que trapacearam a eleição
para colocar na presidência um ladrão
tirando do jogo o verdadeiro eleito

Tenho nojo de toda esta gente
que se ufana de ser criminoso
É um, ministro muito seboso
e como tem história este vivente
- se consultava com um vidente
um trapaceiro e charlatão
que atendia pelo nome de João
e que pague por tudo que fez
porque não foi a primeira vez
que falou em fraudar a eleição

Se ele vai ser cassado
isso pouco ou nada importa
e agora nada mais conforta
sabendo que o jogo foi armado
o resultado todo trapaceado
num acordo cruel e mesquinho
humilharam a nós, zé povinho,
rindo de nós, do nosso patriotismo
apontando o dedo, com cinismo
dizendo “perdeu mané”, seu bobinho

E já no apagar de uma semana
escuto feito alarido e o gritedo
que parece zoada de chinaredo
ou um bando de pé de cana
e essa gente do nada se ufana
alardeando uma estranha agressão
por gente que em pleno verão
anda com roupas de muito frio
- mas vão pra puta que pariu
que isso tá com cheiro de armação

Tem tanto fio desencapado
nesta história assim bizarra
se no Brasil qualquer jaguara
anda sempre de celular armado
imagina por este velho costado
onde se troca a esmo de aparelho
por isso vou dar um conselho
pra turma que gosta de narrativa
uma surra ajuda, se for nativa
mas que seja de trançado ou relho

Tenham respeito pela verdade
observem direito todos os fatos
não se alimentem de reles boatos
que são jogados sem piedade
para alimentar a estanha vontade
de quem vive do sensacionalismo
“eu querer” só é jornalismo
na cabeça doentia de esquerdista
esta gente macabra, cega e narcisista:
criar e inventar, é parte do ativismo

São tantas barbaridades, medonhas
que essa gente se compraz em usar
eles pensam que podem nos atacar
deixando uma pátria toda tristonha
eles se divertem com esta engronha
de humilhar um povo pacato e cristão
querem nos empurrar para um caixão
Sabe por que odeiam o povo decente?
Porque precisam é “matar” na gente
o que trazemos vivo em nosso coração

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